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"Confie no Senhor e faça o bem, assim habitará a terra e desfrutará segurança. Deleite-se no Senhor, e Ele atenderá os desejos de seu coração.Entregue seu caminho ao Senhor; confie nEle e Ele agirá."

Salmos 37:3-5


quarta-feira, 23 de maio de 2012

HOME CARE

O que significa o termo Home Care?

O termo Home Care é de origem inglesa. A palavra "Home" significa "lar", e a palavra "Care" traduz-se por "cuidados". Portanto, a expressão Home Care designa literalmente: cuidados no lar.

O que é o home care?
O Home Care deve ser compreendido como uma modalidade contínua de serviços na área de saúde, cujas atividades são dedicadas aos pacientes/clientes e a seus familiares em um ambiente extra-hospitalar.
O propósito do Home Care é promover, manter e/ou restaurar a saúde, maximizando o nível de independência do cliente/paciente, enquanto minimiza os efeitos debilitantes das várias patologias e condições que gerência.
Este tipo de serviço é direcionado não somente aos pacientes, como também, de forma diferenciada, aos seus familiares em qualquer fase de suas vidas; seja para aqueles que aguardam seu restabelecimento e retorno às suas atividades normais, ou para os que necessitam de gerenciamento constante de suas atividades como também, para pacientes que necessitam de acompanhamento em sua fase terminal.
No gerenciamento desses serviços devem ser usados critérios técnico-científicos e as decisões devem ser baseadas no melhor nível de evidência clínica possível, para cada procedimento. Essa prática é necessária em função da complexidade do meio ambiente do paciente, dos tipos de cuidados médicos exigidos, dos recursos, das condições psico-físicas do cliente/paciente e das patologias à serem gerenciadas.



O Internamento Domiciliar de Saúde, portanto, não pode ser visto apenas como um serviço de longa permanência, assim como a hospitalização, também não o é. Quando o paciente encontra-se estabilizado em sua condição de saúde, os cuidados de longa permanência podem ser ministrados por meio de serviços especializados, pelos próprios cuidadores informais (familiares, amigos) ou, ainda, por atendentes profissionais (área de enfermagem).
Contudo, a meta principal de uma hospitalização ou internamento domiciliar é estabilizar e, quando possível, curar o paciente da enfermidade ou condição patológica em que se apresenta. Sabemos que, em medicina, nem todas as enfermidades ou condições de saúde são passíveis de cura. Muitas condições ou enfermidades jamais obterão cura. Quando isso acontece, muda-se então a meta da gestão do caso, que passa a ter enfoque nos cuidados de manutenção. Esses cuidados visam à sustentação da melhor condição de vida possível. Exemplos dessas condições ou enfermidades são as distrofias musculares e as doenças degenerativas crônicas, entre outras.

Temos que considerar, ainda, as condições ou traumas que originam danos às estruturas ósseas, musculares e ao sistema nervoso central. Nesses casos a hospitalização/internamento domiciliar pode ser utilizada para estabilizar o paciente, tirando-o do quadro de risco, proporcionando-lhe, assim, a oportunidade de transferência para outras modalidades de serviço em saúde, como a fisioterapia e até mesmo o atendimento domiciliar na modalidade particular.

Quando o paciente hospitalizado atinge um quadro estável, deve receber alta hospitalar com um plano específico de acompanhamento, que pode incluir uma recomendação para serviços de reabilitação, dentre outros. Porém, em qualquer caso, quando o paciente hospitalizado atinge um quadro estável e recebe alta, ele próprio ou seu cuidador, assume a responsabilidade pelos cuidados. No Internamento Domiciliar de Saúde não pode ser diferente, pois a proposta e os critérios para alta são os mesmos.
O Home Care existe no mundo há mais de 120 anos. Nos EUA, desde 1798, e no Brasil, aproximadamente, há 16 anos. No Brasil, o sistema de internamento domiciliar, um dos serviços do Home Care, ainda está na adolescência, enfrentando inúmeras barreiras e desafios, muitos dos quais originados pela falta de uma melhor compreensão sobre o uso desse serviço. 


Vantagens:
  1. Em home care, o profissional de saúde trabalha com um grau de autonomia maior do que em qualquer outro estabelecimento de saúde;
  2. Nos casos de profissionais de campo, sua maioria, tem controle e flexibilidade sobre sua escala de trabalho, e agenda de serviços;
  3. Aqueles que trabalham sem vínculo empregatício, contam com uma liberdade de escolha de casos a serem trabalhados;
  4. Auxiliares e técnicos de enfermagem em regime de turnos possuem uma carga de paciente igual a um. Diferentemente de o ambiente hospitalar onde o Auxiliar ou Técnico de Enfermagem deve cuidar de inúmeros paciente por turno;
  5. Em home care, na maioria das vezes, o Auxiliar e ou Técnico tem a oportunidade de dormir durante seu turno, e ser pago pelo descanso;
  6. A maioria dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem tem suas refeições subsidiadas pela família do paciente, o que representa uma economia para o profissional;
  7. A flexibilidade com o agendamento de trabalho/escala proporciona a oportunidade de se gerenciar os compromissos durante a semana, sem a repercussão negativa que teria em um ambiente hospitalar;
  8. O sistema de remuneração presente em uma empresa de home care apóia uma vantagem financeira interessante, à todos envolvidos;
  9. O profissional pode trabalhar tanto quanto desejar, de acordo com suas metas orçamentárias;
  10. A vida em um ambiente fora do hospital diminui o risco de adquirir doenças inerentes de ambientes hospitalares;
  11. Maior controle sobre a carga de trabalho permite que o profissional planeje atividades em outras áreas de sua vida, como por exemplo, atender a uma escola, ou universidade.

    Desvantagens:
    1. Para o profissional de saúde que não possui um veículo, o trabalho em home care envolve transporte urbano que muitas vezes, dependendo do horário, não é disponível, e dependendo do horário, o transporte urbano é superlotado;
    2. Para o profissional que não tenha seu veículo próprio, ter que andar em dias de extremos de temperatura ou chuva forte pode ser um grande desafio;
    3. O profissional que trabalha em turnos, muitas vezes se vê restrito a um cômodo da residência reservado ao paciente;
    4. Muitas vezes em home care, o ambiente de cuidados não é compatível com o nível de cuidados, principalmente como resultado da falta de autorização da fonte pagadora de se fazer uma análise presencial do ambiente de trabalho proposto;
    5. O profissional em home care, inevitavelmente, está presente durante quase todos os momentos do relacionamento familiar, podendo, se não tiver cautela, ser induzido a, de forma involuntária, participar da vida pessoal do paciente e família;
    6. Devido ao fato de que o registro em carteira inviabilizaria o custo do profissional em home care, e as fontes pagadoras não remuneram o suficiente para dar cobertura em regime de CLT. O profissional de saúde m home care, na sua maioria, trabalha na informalidade, não contando assim com os benefícios de um trabalho em regime de CLT;
    7. O profissional em home care está exposto às intempéries emocionais da família;
    8. Algumas vezes, por força da personalidade e estado emocional dos cuidadores informais, o profissional em home care pode ser exposto à situações de constrangimento;
    9. Algumas famílias não concordam em alimentar os profissionais de saúde, forçando-os a manter uma alimentação inferior;
    10. O profissional em regime de turnos, não pode deixar o paciente sozinho, este fato, quando não existe um cuidador disponível, pode dificultar a execução de certas tarefas fisiológicas;
    11. Sendo um profissional, e uma pessoa estranha no ambiente domiciliar, qualquer evento adverso, faz do profissional, o primeiro suspeito;
    12. Nos turnos, se um colega profissional não aparece para assumir o próximo turno, o profissional que já trabalhou um turno tem a obrigação de esperar um substituto que geralmente demora o tempo necessário para o deslocamento, isto pode vir a interferir com outras escalas de trabalho;
    13. Como não existe supervisão direta contínua, o profissional em home care deve estar preparado para assumir, e gerenciar da melhor forma possível, situações de urgência e emergência.

      Código de Ética em Home Care:
      1. Agir de uma maneira que inspire segurança, confiança, honestidade e respeito dos pacientes,dos empregados,dos colegas profissionais,das organizações,do público em geral e do sistema de entrega de serviços de saúde.
      2. Proteger e preservar os direitos humanos de cada paciente, acreditando que os direitos do ser humano são edificados com uma base fundamental de princípios:
      • Respeito pela vida: todas as vidas são preciosas e devem ser respeitadas.
      • Autonomia: todas as pessoas têm o direito de determinação própria.
      • Beneficente: nós devemos tentar fazer o bem.
      • Non-maleficiente: o dever de não causar danos físicos, morais e ou espirituais.
      • Fidelidade e devoção: fiel às responsabilidades profissionais e à lealdade incondicional.
      • Justiça Distributiva: todas as pessoas devem ser tratadas com justiça; pessoas não podem ser objeto de discriminação sem uma justa causa.
      3. Interagir com o paciente de uma forma honesta dando valor à dignidade humana baseada no respeito, simpatia e compaixão, sempre procurando suprir as necessidades físicas, psicológicas e espirituais do paciente.
      4. Cumprir com todas as leis e regulamentos que governam esta modalidade de serviços, atividades profissionais e as leis da nação.
      5. Tratar todos os funcionários com dignidade e respeito, e prover oportunidades profissionais baseado em competências de trabalho , sem discriminação de raça, cor, religião, nacionalidade, sexo, idade ou deficiência física.
      6. Manter empregados competentes e proficientes por intermédio da promoção e desenvolvimento profissional, apoiado por um programa eficaz de educação continuada.
      7. Respeitar o sigilo profissional.
      8. Manter o mais alto padrão de integridade pessoal e profissional, de uma maneira que reflita positivamente a modalidade de Serviços Extra-hospitalares de Saúde ou Home Care.
      9. Ser honesto em todas as formas de informação pública e privada; evitar informações falsas, enganosas, antiéticas e grosseiras, ou que gerem decepções.
      10. Evitar a exploração de relacionamentos profissionais com fins de ganho próprio ilícito.
      11. Lutar para o engrandecimento do ser humano.
      12. Agir com transparência e honestidade para com o próximo.
      13. Respeitar e promover a dignidade de nossos pacientes e colegas de trabalho.
      14. Utilizar o que existe de melhor na prática profissional, aplicar princípios baseados na melhor e mais forte evidência médica e científica para a melhora da condição de vida de nossos pacientes.
      15. Manter a honra e respeito que o Home Care adquiriu no decorrer de mais de duas décadas de serviços ao seus pacientes e clientes corporativos.

      Responsabilidade do Enfermeiro em Home Care:

      COREN-RN nº 9.176 Primeiro Secretário RESOLUÇÃO COFEN Nº 267/2001
      O presente anexo, da RESOLUÇÃO-COFEN Nº 267/2001, dispõe sobre as atividades da Enfermagem em Domicílio-Home Care.
      Define-se por "ENFERMAGEM EM DOMICÍLIO-HOME CARE" a prestação de serviços de saúde ao cliente, família e grupos sociais em domicílio, e de acordo com a RESOLUÇÃO-COFEN Nº 256 de 12 de julho de 2001, esta modalidade assistencial exprime, significativamente, a autonomia e o caráter liberal do profissional Enfermeiro.
      Estas atividades estão previstas nos seguintes níveis de complexidade:
      - menor complexidade: Neste nível está caracterizado a investigação do processo saúde/doença. O cliente necessita de procedimentos técnicos-científicos de Enfermagem relacionada às prevenções, promoção e manutenção do estilo de vida saudável;
      - média complexidade: Neste nível não se dá a caracterização de uma doença em curso. Entretanto, o cliente necessita de procedimentos tecnicos-científicos de Enfermagem que definirá o modelo assistencial aplicado à clientela visando a deliberação do dano, invalidez e a reabilitação da mesma com retorno ao seu estado de vida;
      - alta complexidade: Neste nível o cliente apresenta uma doença em curso, cujo atendimento em domicílio deverá ser multiprofissional, ocorrendo a internação domiciliar, ficando assegurado à complexidade do especialista em Enfermagem em Domicílio-Home Care.

      Tarefas do Técnico de Enfermagem:

      -Visitar os pacientes em seus domicílios a fins de realizar procedimentos clínicos especificados no plano de tratamento, e dentro do escopo de sua prática de acordo com o COREN; 
      -Participa de treinamento de Técnicos de Enfermagem cumprindo com um protocolo de educação continuada; 
      -Realiza exames físicos em seus pacientes de acordo com o escopo de sua prática, e segundo o COREN; 
      -Executar o plano de tratamento específico de acordo com o direcionamento do Enfermeiro; 
      -Cumpre com o papel de educador junto aos pacientes, e familiares de acordo com o plano de tratamento específico e supervisão direta ou indireta do Enfermeiro; 
      -Pode participar de reuniões multidisciplinares para contribuir com informações relacionadas aos paciente sob seus cuidados diretos; 
      -Pode dirigir o seu veículo ou o veículo da empresa para atender aos seus pacientes; 
      -Mantém contato com todo o Enfermeiro envolvido no plano de tratamento de seu paciente; 
      -Trabalha turnos de  6, 12 e ou 24 horas conforme a demanda da escala elaborada pelo Enfermeiro; 
      -Age como agente de Controle de Infecção mantendo higienizado, o ambiente, e os equipamentos médicos sendo utilizados pelo paciente em domicílio; 
      -Realiza visitas ou turnos conforme instruído pelo Enfermeiro; 
      -Seguindo um estrito protocolo, realiza o gerenciamento de Resíduos Sólidos de Saúde em Home Care, sendo gerados no ambiente de cuidados; 
      -Realizar anotações clínicas acuradas; 
      -Segue a risco o plano de tratamento; 
      -Outras tarefas conforme necessário, e dentro do escopo da prática de enfermagem. 

      Informações gerais: 
      -Deve e ter condições e habilidade para aplicar o Processo de Enfermagem conforme orientação do Enfermeiro; 
      -Saber equilibrar as demandas administrativas com as demandas clínicas; 
      -Possuir excelentes habilidades de gerenciamento de tempo; 
      -Deve ter a habilidade física para erguer, empurrar ou puxar objetos, e ou seres humanos até 25 quilogramas de resistência; 
      -Habilidade e capacidade física para permanecer-se me pé por longos períodos, agachar-se, e curvar-se; 
      -Possuir boa comunicação verbal e oral; 
      -Ter um ótimo conhecimento clínico e prático; 
      -Ter uma ótima habilidade de inter-relacionamento; 
      -Ter uma ótima habilidade de resolução de problemas; 
      -Deve manter a confidencialidade de tudo que vê e ouve na residência do paciente; 
      -Ter iniciativa; 
      -Ser positivo; 
      -Ser honesto, discreto e ético; 
      -Outras.

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