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Salmos 37:3-5


terça-feira, 26 de julho de 2011

Gravidez na adolescencia no estado do Pará

A gravidez precoce é uma das ocorrências mais preocupantes relacionadas à sexualidade da adolescência, com sérias conseqüências para a vida dos adolescentes envolvidos, de seus filhos que nascerão e de suas famílias.

A incidência de gravidez na adolescência está crescendo e, nos EUA, onde existem boas estatísticas, vê-se que de 1975 a 1989 a porcentagem dos nascimentos de adolescentes grávidas e solteiras aumentou 74,4%. Em 1990, os partos de mães adolescentes representaram 12,5% de todos os nascimentos no país. Lidando com esses números, estima-se que aos 20 anos, 40% das mulheres brancas e 64% de mulheres negras terão experimentado ao menos 1 gravidez nos EUA . 
No Brasil a cada ano, cerca de 20% das crianças que nascem são filhas de adolescentes, número que representa três vezes mais garotas com menos de 15 anos grávidas que na década de 70, engravidam hoje em dia. A grande maioria dessas adolescentes não tem condições financeiras nem emocionais para assumir a maternidade e, por causa da repressão familiar, muitas delas fogem de casa e quase todas abandonam os estudos.
A Pesquisa Nacional em Demografia e Saúde, de 1996, mostrou um dado alarmante; 14% das adolescentes já tinhas pelo menos um filho e as jovens mais pobres apresentavam fecundidade dez vezes maior. Entre as garotas grávidas atendidas pelo SUS no período de 1993 a 1998, houve aumento de 31% dos casos de meninas grávidas entre 10 e 14 anos. Nesses cinco anos, 50 mil adolescentes foram parar nos hospitais públicos devido a complicações de abortos clandestinos. Quase três mil na faixa dos 10 a 14 anos.
O comportamento sexual do adolescente é classificado de acordo com o grau de seriedade. Vai desde o "ficar" até o namorar. "Ficar" é um tipo de relacionamento íntimo sem compromisso de fidelidade entre os parceiros. Num ambiente social (festa, barzinho, boate) dois jovens sentem-se atraídos, dançam conversam e resolvem ficar juntos aquela noite. Nessa relação podem acontecer beijos, abraços, colar de corpos e até uma relação sexual completa, desde que ambos queiram. Esse relacionamento é inteiramente descompromissado, sendo possível que esses jovens se encontrem novamente e não aconteça mais nada entre eles de novo.
Em bom número de vezes o casal começa "ficando" e evoluem para o namoro. No namoro a fidelidade é considerada muito importante. O namoro estabelece uma relação verdadeira com um parceiro sexual. Na puberdade, o interesse sexual coincide com a vontade de namorar e, segundo pesquisas, esse despertar sexual tem surgido cada vez mais cedo entre os adolescentes. O adolescente, impulsionado pela força de seus instintos, juntamente com a necessidade de provar a si mesmo sua virilidade e sua independente determinação em conquistar outra pessoa do sexo oposto, contraria com facilidade as normas tradicionais da sociedade e os aconselhamentos familiares e começa, avidamente, o exercício de sua sexualidade. 
Há uma corrente bizarra de pensamento que pretende associar progresso, modernidade, permissividade e liberalidade, tudo isso em meio à um caldo daquilo que seria desejável e melhor para o ser humano. Quem porventura ousar se contrapor à esse esquema, corre o risco de ser rotulado de retrógrado. As pessoas de bom senso silenciam diante da ameaça de serem tidas por preconceituosas, interessando à cultua modernóide desenvolver um cegueira cultural contra um preconceito ainda maior e que não se percebe; aquele que aponta contra pessoas cautelosas e sensatas, os chamados "conservadores", uma espécie acanhada de atravancador do progresso.
As atitudes das pessoas são, inegavelmente, estimuladas e condicionadas tanto pela família quanto pela sociedade. E a sociedade tem passado por profundas mudanças em sua estrutura, inclusive aceitando "goela abaixo" a sexualidade na adolescência e, conseqüentemente, também a gravidez na adolescência. Portanto, à medida em que os tabus, inibições, tradições e comportamentos conservadores estão diminuindo, a atividade sexual e a gravidez na infância e juventude vai aumentando. 
 
A falta de estrutura familiar, a pobreza e a falta de informação são os principais causadores da gravidez de adolescentes e crianças no Pará. Dados do Ministério da Saúde, apresentados no compêndio Saúde Brasil 2004, referentes ao período de 1980 a 2000, alertam para o aumento do número de mães com idade entre 15 e 19 anos. E que em 2000 esse percentual aumentou em 19,4%, sendo que na região Norte essa participação foi de 22,6% e no Centro-Oeste, de 23,6%.Mas se no Brasil constata-se o crescimento dos índices sobre gravidez na adolescência, no Pará vem acontecendo o inverso, conforme dados apresentados pela diretora técnica da Sespa, Rosana Brito. Ela informou que de 2004 a 2005 houve uma redução de 20% no número de adolescentes grávidas no Pará. Contudo, o estudo leva em consideração apenas o Índice de Notificação de Nascidos Vivos. Em 2004, houve 2.035 nascimentos no Pará e, em 2005, 1.620 crianças, todas de mães na faixa etária de 10 a 14 anos. Já na faixa etária entre 15 e 19 anos, em 2004 foram notificados 39.851 nascimentos, e 30.015 em 2005. A redução nos índices de gravidez precoce, em nível estadual, se dá a ações paralelas de órgãos e entidades como agentes disseminadores de informação entre os adolescentes. Sobre Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), de 1998 a 2005 foram notificados 237 casos de adolescentes grávidas no Pará portadoras do vírus da Aids, o HIV, na faixa etária de 10 a 19 anos.Outro dado preocupante está na pesquisa da Unesco, realizada em 2002, em 19 escolas de Belém e que envolveu 1.610 alunos. Verificou-se o abandono dos estudos num percentual de 6,9% em escolas públicas e 0,1% em escolas privadas.

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