O PCCU, também conhecido por preventivo, Papanicolau, é
um exame ginecológico que serve para detectar alterações no colo do útero, como
inflamações, doenças sexualmente transmissíveis, como HPV, ou o câncer do colo
do útero.
Normalmente, este exame não dói, mas a mulher pode
sentir algum desconforto no momento em que o médico raspa o colo do útero. O
exame dura cerca de 5 minutos e a mulher deve retirar a roupa abaixo da
cintura, ficando deitada na maca do ginecologista com as pernas ligeiramente
afastadas.
Deve ser feito todos os anos por mulheres que já
iniciaram a sua vida sexual, a partir do primeiro ano de início da atividade
sexual até os 70 anos em média.
O exame de PCCU também pode ser feito por mulheres
virgens a partir dos 21 anos, sendo que o médico utiliza material especial que
mantém a virgindade.
Se após 2 anos consecutivos os resultados dos exames
forem normais, a mulher pode realizar o exame a cada 3 anos.
O exame de PCCU serve para identificar alterações no
útero, que podem incluir:
- Infecções vaginais, como tricomoníase ou candidíase;
- Doenças sexualmente transmissíveis, como clamídia ou gonorreia ou sífilis;
- Infecção por HPV;
- Câncer de colo do útero;
O esquema de passo a passo que o médico(a) ou
enfermeiro(a) utiliza para fazer o exame de PCCU é:
- Fazer um exame externo, observando se existe alguma infecção, como candidíase vaginal, por exemplo;
- Introduzir um aparelho, chamado de espéculo, para manter o canal vaginal aberto e observar o colo do útero;
- Inserir uma espátula ou um cotonete, no caso da mulher virgem, para raspar o colo do útero e coletar algumas células que serão avaliadas no laboratório.
Antes de fazer o PCCU, a mulher deve ter alguns cuidados
nas 48 horas anteriores, que incluem não usar cremes ou medicamentos vaginais,
evitar fazer uma ducha íntima, não estar menstruada, não ter contato íntimo (sexual)
e evitar fazer exames de diagnóstico, como ultrassonografia transvaginal ou
ressonância magnética pélvica.
Após o exame, a mulher não precisa ter cuidados especiais,
podendo fazer todas as suas atividades diárias. Geralmente, o resultado do
exame de PCCU demora 14 dias para estar pronto e pode ser entregue por e-mail,
pessoalmente no consultório do ginecologista, da enfermeira do posto de saúde ou
pelo correio.
O exame de Papanicolau pode ser feito durante a
gravidez, especialmente na primeira consulta pré-natal, não trazendo riscos
para a grávida ou para o feto.
Pode ser feito até no máximo o quarto mês, caso a mulher não o tenha
feito recentemente.
Coleta do exame de citologia cervical
- Ambiente acolhedor
- Cortesia
- Respeito à privacidade
- Explicar o significado e os procedimentos que serão realizados
- Lembrar a importância de receber o resultado do exame
- Demonstrar abertura para esclarecer as dúvidas
Etapas da Coleta
Preenchimento do formulário:
- Utilizar lápis preto nº 2 (recomendação obrigatória para quem utiliza álcool como fixador citológico, devido à possibilidade de extravasamento nas fichas e perda de informações);
- Preencher a requisição com todos os dados solicitados, inclusive com exame ginecológico da paciente.
Identificação das lâminas:
- As lâminas devem ter bordas lapidadas e extremidade fosca;
- Deve ser identificado na extremidade fosca com lápis preto nº 2, informando:
- as iniciais do nome da paciente;
- O número de registro da mulher na unidade;
- A idade da paciente;
- Nome do município.
Coleta:
- Solicitar à paciente que esvazie a bexiga;
- Fornecer um avental e disponibilizar local reservado para troca de roupa;
- Solicitar que se deite na mesa, auxiliando-a a posicionar-se adequadamente para o exame;
- Cobrir a paciente com o lençol;
- Colocar as luvas;
- Verificar se a paciente é virgem. Se for, não usar espéculo e colher a citologia com escova endocervical ou cotonete/swab;
- Perguntar se já teve filhos por parto vaginal. Se não, usar espéculo pequeno;
- Perguntar se está grávida ou suspeita estar. Se sim, não colher material endocervical;
- Acomodar a lâmina, já identificada, na mesa de apoio para receber o material colhido;
- Deixar o tubete com álcool a 95% próximo à lâmina já identificada;
- Verificar a existência de lesões suspeitas na vulva e vagina. Em caso positivo, lembrar-se de fazer o encaminhamento adequado ao final do exame;
- Escolher o espéculo mais adequado ao tamanho da vagina da paciente;
Introduzir o espéculo:
- Não lubrifique o espéculo com qualquer tipo de óleo, glicerina, creme ou vaselina;
- No caso de pessoas idosas, com vaginas extremamente ressecadas, recomenda-se molhar o espéculo com soro fisiológico ou solução salina;
- Introduza-o em posição vertical e ligeiramente inclinado;
- Iniciada a introdução, faça uma rotação de 90º, deixando-o em posição transversa, de modo que a fenda da abertura do espéculo fique na posição horizontal;
- Durante a introdução do espéculo, procede-se à inspeção das paredes vaginais;
- Uma vez introduzido totalmente na vagina, abra-o lentamente e com delicadeza;
- Se tiver dificuldade para visualizar o colo peça que a paciente tussa e tente manobras delicadas com o espéculo;
- Se, ao visualizar o colo, houver grande quantidade de muco ou secreção, retire o excesso delicadamente com uma gaze montada em uma pinça, sem esfregar, para não perder a qualidade do material a ser colhido;
Coleta das amostras
A coleta é dupla: da ectocervical (do canal cervical) e
endocervical ; (dentro do colo uterino) ;
- As amostras são colhidas separadamente
- Proceda inicialmente a coleta da ectocérvice e depois a coleta da endocérvice:
- Utilize a espátula de madeira tipo Ayre, do lado que apresenta reentrância;
- Encaixe a ponta mais longa da espátula no orifício externo do colo, apoiando-a firmemente, fazendo uma raspagem na mucosa ectocervical em movimento rotativo de 360º, em torno de todo o orifício, procurando exercer uma pressão firme, mas delicada, sem agredir o colo, para não prejudicar a qualidade da amostra;
- Caso considere que a coleta não tenha sido representativa, faça mais uma vez o movimento de rotação;
- Para a coleta no canal cervical utilize a escova apropriada para coleta endocervical;
- Recolha o material, introduzindo a escova delicadamente no canal cervical, girando-a a 360º;
- Na lamina, já devidamente identificada, estenda o material ectocervical dispondo-o no sentido horizontal, ocupando 1/2 da parte transparente da lâmina, em movimentos de sentido único, da direita para a esquerda, esfregando a espátula com suave pressão, garantindo uma amostra uniforme;
- Ocupando a 1/2 restante da parte transparente da lâmina, estenda o material endocervical, rolando a escova de cima para baixo, preferencialmente.
- Evite deixar espaço livre entre as duas amostras.
Fixação do material:
A fixação do esfregaço deve ser procedida imediatamente
após a coleta, sem nenhuma espera. Visa conservar o material colhido, mantendo
as características originais das células, preservando-as do dessecamento que
impossibilitará a leitura do exame.
São três as formas usadas de fixação:
Álcool a 95% - fixador de uso preferencial no
laboratório de referencia do estado do Ceará.
A lâmina com material deve ser submersa no álcool a
95%, em tubete de boca larga, lá permanecendo até a chegada ao laboratório;
Propinilglicol - Borrifar a lâmina com fixador, spray
ou aerossol, a uma distância de até 20 cm. Cobrir totalmente o esfregaço;
Polietilenoglicol - Pingar 3 ou 4 gotas da solução
fixadora sobre o material, que deverá ser completamente coberto pelo líquido.
Deixar secar ao ar livre, em posição horizontal, até a formação de uma película
leitosa e opaca na sua superfície;
Feche o tubete imediatamente após a colocação da lamina
e enrole no mesmo a requisição do exame, devidamente preenchida, prendendo com
uma liga.
ATENÇÃO!
- Observar sempre as instruções de uso e o prazo de validade do fixador;
- Manter sempre o frasco fechado. O responsável pela fixação é o álcool contido na composição do produto, que evapora com facilidade;
- Agitar o frasco toda vez que for usá-lo para homogeneizar a solução;
- Quando usar spray, certificar-se de que o jato foi direcionado corretamente e que cobriu todo o material a ser fixado;
- Ventilador pode interferir na direção do jato;
- Não deixar fixador exposto ao sol;
- Não deixar o foco de luz próximo à lâmina. Luz e vento podem facilitar a secagem da secreção, antes desta ser coberta pelo fixador.
Conclusão do Procedimento:
- Fechar o espéculo;
- Retirar delicadamente;
- Inspecionar a vulva e o períneo;
- Retirar as luvas;
- Auxiliar a paciente a descer da mesa;
- Solicitar que ela se troque;
- Avisar a paciente que um pequeno sangramento poderá ocorrer após a coleta;
- Orientar a paciente para que venha receber o resultado do exame, conforme a rotina da sua unidade de saúde.
A unidade de saúde deve manter estreita relação com o
laboratório que realiza seus exames, a fim de garantir rápidas soluções para
problemas diários, constante avaliação da qualidade do material coletado, bem
como estabelecer prazos adequados para o retorno dos resultados.
Os resultados do Papanicolau (PCCU) podem ser:
- Classe I ou Dentro dos limites normais: Normal;
- Classe II ou Alteração celular benigna: Inflamação vaginal;
- Classe III, NIC 1, 2 ou 3 ou SIL de baixo ou alto grau: leve alteração nas células do colo do útero;
- Classe IV; NIC 3 ou SIL de alto grau: Início do câncer de colo de útero
- Classe V: Câncer de colo de útero podendo atingir outras áreas
De acordo com o resultado do exame, o ginecologista
dirá quais os exames e o tratamento adequado. No caso de o resultado do Papanicolau
ser 4 ou 5, pode ser feita uma consulta de oncologia e uma colposcopia
complementar para ajudar no tratamento.
Observação Importante:
Lembrar que o controle do câncer de colo de útero
depende do tratamento/seguimento das lesões precursoras identificadas na
citologia.
Esta
postagem foi feita com muito carinho para atender a diversos pedidos e para
complementar a postagem anterior.
Espero
que tenham gostado que curtam e compartilhem!
Um
grande beijo a todos!
Bibliografia:
Instituto de Prevenção do Câncer - Governo do Estado do
Ceará
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