Quando um bebê nasce,
nasce com ele uma mãe. E mesmo quando a vida ainda é um minúsculo ser na sua
barriga, você já é mãe no coração. Todos os seus pensamentos e cuidados se
voltam para esse serzinho, que, mesmo tão pequeno já provoca emoções tão
grandes.
Depois do nascimento do
bebê as emoções só aumentam, mas você precisa se lembrar de que é necessário
tomar alguns cuidados e algumas providências para garantir que seu filho cresça
com saúde.
É chamado de puerpério o
período que compreende a fase pós-parto, quando a mulher passa por alterações
físicas e psíquicas até que retorne ao estado anterior à sua gravidez. Esse
período se inicia no momento em que se dá o descolamento placentário, logo após
o nascimento do bebê, embora também possa ocorrer com a placenta ainda inserida
na gestante, é o caso de óbitos fetais intrauterino.
É durante o puerpério que
o organismo materno retorna às suas condições pré-gravídicas. Este período dura
em torno de seis semanas, geralmente ele termina quando a mulher retorna sua
função ovulatória, ou seja, reprodutiva. Se a puérpera não estiver amamentando,
sua ovulação retornará cerca de seis a oito semanas do parto.
O puerpério é
convencionalmente dividido em três fases:
- Puerpério imediato –
inicia logo após a saída da placenta e dura aproximadamente duas horas.
- Puerpério mediato: desde o
puerpério imediato até 10º dia. Neste período ocorre à regressão do útero, a
loquiação apresenta-se em quantidade moderada para escassa e amarelada. É um
momento oportuno para realização de a visita domiciliar pelo profissional
médico ou enfermeiro, pois a mulher está repleta de dúvidas e necessitando de
avaliação e cuidados de saúde.
- Puerpério tardio – do
décimo ao quadragésimo quinto dia;
- Puerpério remoto – além do
quadragésimo quinto dia até que a mulher retome sua função reprodutiva.
Durante este período, a
mulher apresenta o chamado “lóquios” que consiste de um sangramento
sanguinolento liberado pelo útero após o parto. Inicialmente são vermelhos e,
por vezes, tão ou mais abundantes que a menstruação e com o passar do tempo
tornam-se acastanhados e em pequena quantidade. Passados de 10 a 14 dias
tornam-se brancos ou amarelados, até que desapareça.
A consulta de puerpério,
que deve ser realizada entre o 7º e o 10º dia após o parto, têm os seguintes
objetivos:
- Identificar patologias
frequentes nesse período e avaliar as condições maternas;
- Controlar e acompanhar a
evolução das patologias manifestadas durante a gestação, tais como anemias,
diabetes gestacional, síndromes hipertensivas, etc.;
- Reforçar orientações bem
como esclarecer eventuais dúvidas que possam aparecer;
- Iniciar o acompanhamento
do crescimento, desenvolvimento e imunização do recém-nascido, bem como
realizar avaliação de seu estado geral;
- Fornecer orientações sobre
o planejamento familiar e assistência ginecológica;
- Fornecer orientações sobre
o restabelecimento da atividade sexual do casal.
Depressão pós-parto
- Falta de informação sobre
os sintomas da doença e formas de tratamento potencializam um mal que atinge
até 15% das mães.
- Falar do problema com o
médico é fundamental.
O pré-natal é importante e
deve ser incentivado pela família quando a própria mulher é negligente neste
aspecto, pois até mesmo pequenas atitudes dela podem ajudar o médico a perceber
se ela está depressiva ou tem tendência a desenvolvê-la. A mãe nos dá dicas,
como o asseio, a aparência, se ela curte e mostra a gravidez para os outros, se
ela chora do nada.
Os
familiares e amigos também devem ser orientados a encarar o tema sem
discriminação ou pânico.
Já é um grande alívio
quando as mulheres veem que seu parceiro procura entender o que está se
passando com ela. A percepção de apoio por parte dele pode ser, inclusive, um
fator de proteção para este transtorno.
Mulheres com depressão
precisam contar com a ajuda do companheiro e de parentes para cuidar do bebê,
uma vez que ter um sono agradável e sem interrupções pode ser inclusive
terapêutico. É importante acompanhar esses bebês para que não venham a
desenvolver transtornos cognitivos e afetivos decorrentes do menor contato com
a mãe e até de episódios traumáticos ocorridos nesse período.
Tratamento:
Não há consenso entre os
médicos sobre os riscos de se tomar anti-depressivos ou antipsicóticos durante
a amamentação, mas todos são unânimes em afirmar que a mulher que sofre de
depressão ou psicose pós-parto não pode abrir mão da medicação quando essa é
recomendada pelo médico. Não há consenso entre os
médicos sobre os riscos de se tomar anti-depressivos ou antipsicóticos durante
a amamentação, mas todos são unânimes em afirmar que a mulher que sofre de
depressão ou psicose pós-parto não pode abrir mão da medicação quando essa é
recomendada pelo médico.
As taxas dos remédios
encontrados no leite materno e até mesmo na placenta são insuficientes para
causar dano ao bebê ou prejudicar a relação entre mãe e filho. No caso de a
mulher precisar utilizar o remédio durante a gravidez, é importante que o faça
após o terceiro mês de gestação, para evitar más-formações.
A depressão pós-parto
atinge cerca de 15% das mulheres e gera um sentimento de rejeição da criança
junto com episódios típicos de depressão, como tristeza, ansiedade, choros e
pensamentos negativos. O quadro é comum em pacientes que já têm histórico da
doença e, ao contrário do que se pensa, na maioria dos casos somente as
mudanças hormonais não são suficientes para disparar o gatilho do problema.
Já a psicose, que atinge
0,2% das mães, é ainda mais grave. É quando a mulher tem alucinações, ouve
vozes, cria diálogos que não aconteceram, vê um ladrão imaginário entrar na
casa dela. É bem raro e necessita de internação e medicação. É nessa situação
que podem ocorrer os infanticídios, crime hoje punido com internação, já que a
Medicina e o Código Penal consideram que a mãe não tinha ciência nem intenção
de cometer o ato.
Para a lei brasileira,
infanticídio não pode ser punido com prisão.
Alimentação Pós-parto:
A alimentação pós-parto
deve conter, em média, 400 calorias a mais do que a mulher está habituada a
comer no seu dia a dia, para garantir uma boa produção de leite.
Durante esta fase é
preciso ter algum cuidado com o que se come, pois os nutrientes também chegarão
até ao bebê, através do leite materno. Um exemplo é o aparecimento de cólicas
no bebê que mama no peito devido à alimentação da mãe.
A alimentação para evitar
as cólicas no bebe não está estipulada porque nem todos os bebês são iguais, e
o que pode causar cólica num bebê, pode não causar em outro. Muitos bebês têm
cólica independente do que a mãe coma ou não têm cólica mesmo que a mãe coma
feijoada, por exemplo.
Alguns alimentos ou chás
podem ser evitados nesta fase para reduzir as cólicas nos bebês, mas é sempre
uma questão de tentar os alimentos um a um, introduzindo e excluindo, para
verificar como o bebê reage. Veja quais os chás que não pode tomar na
amamentação para evitar cólicas no bebê.
- Chá de Kava Kava: usado
para tratar ansiedade e insônia;
- Chá de Carqueja: utilizado
para aliviar os sintomas da gripe ou tratar problemas digestivos e intestinais;
- Chá de Angélica: indicado
no tratamento de problemas digestivos e estomacais, ansiedade, cólicas e dor de
cabeça;
- Chá de Ginseng: usado para
tratar o cansaço e a fadiga;
- Chá de raiz de Alcaçuz:
utilizado para aliviar os sintomas de bronquite, catarro, prisão de ventre e
resfriado;
- Chá de Palmeira-anã:
indicado no tratamento da cistite, catarro e tosse.
Outros chás como o chá de
feno-grego, erva-doce, aniz estrelado, alho e equinácea devem ser evitados
durante a amamentação porque não há comprovação científica de que são seguros
durante a lactação.
Chás que se pode tomar na
amamentação
Alguns chás como o de
camomila ou gengibre, por exemplo, podem ser usados na amamentação para tratar
problemas na mãe ou no bebê. Por exemplo, caso o bebê tenha cólicas, a mãe pode
beber o chá de alfazema que ao passar pelo leite, pode ajudar o bebê.
Outro exemplo é a
Silimarina, que é extraída da planta medicinal Cardo Mariano, que pode ser
utilizada para aumentar a produção de leite materno.
Desta forma, o importante
é a lactante ir experimentando alguns chás, sob indicação do médico ou
fitoterapeuta, e parar de bebê-lo caso ela ou o bebê sentirem algum efeito
colateral.
Alguns dos primeiros
alimentos a serem retirados da alimentação da mãe no pós - parto podem ser:
- Feijão e outras
oleaginosas
- Cebola
- Repolho
- Chocolate
- Leite de vaca
Em geral, o que provoca
gases na mãe poderá provocar cólicas no bebe.
Alimentação no pós-parto
da cesária
A alimentação do pós-parto
da cesária deve ser muito rica em alimentos fonte de cálcio e ferro, além de
colágeno para uma boa cicatrização do corte. A hidratação é outro ponto
importante que não deve ser esquecido.
Frutas, legumes, verduras,
cereais e muita água não podem faltar numa alimentação pós-parto, pois assim, o
leite terá uma qualidade melhor e o bebê não sentirá falta de nenhum nutriente.
Recomenda-se que, assim
como o bebê têm que comer a cada 3 horas, a mãe também se alimente desta forma,
quando está amamentando.
Para que o bebê seja bem
nutrido, a mãe que amamenta deve comer de tudo um pouco, variando ao máximo a
sua alimentação.
- Pelo menos 3 frutas por
dia;
- Legumes e verduras ao
almoço e jantar;
- Peixe bem cozido em uma
das refeições principais, como o jantar;
-Arroz, massa ou batata nas
refeições principais (menos de metade do prato);
- 3 doses de lacticínios em
um dia, como 1 copo de leite, 1 fatia de queijo minas e 1 iogurte, por exemplo;
- Pequenas quantidades de
alimentos com carboidratos aos lanches, como 30 g de cereais, 1 pão integral, 1
pão de centeio ou 2 torradas, por exemplo.
Além disso, é fundamental
na dieta durante a amamentação a mãe ingerir também uma boa quantidade de água
para ajudar na produção do leite, cerca de 3 a 4 litros. Esta quantidade
engloba a água presente nas frutas, sopas e sucos, mas só ela não é suficiente
para produzir todo o leite de que o bebê precisa, sendo necessário beber cerca
de 2 litros de líquidos, como água ou chás, por dia.
Amamentação:
Leite materno se refere ao
leite produzido pela mulher e é utilizado para alimentar seu bebê por meio do
aleitamento materno. É ele a primeira e principal fonte de nutrição dos
recém-nascidos até que se tornem aptos a comer e digerir os alimentos sólidos.
O leite materno é
fundamental para a saúde das crianças nos seis primeiros meses de vida, por ser
um alimento completo, fornecendo nutrientes em quantidade adequada
(carboidratos, proteínas e gorduras), componentes para hidratação (água) e
fatores de desenvolvimento e proteção como anticorpos, leucócitos (glóbulos
brancos), macrófago, laxantes, lipase, lisozimas, fibronectinas, ácidos graxos,
gama-interferon, neutrófilos, fator bífido e outros contra infecções comuns da
infância, isento de contaminação e perfeitamente adaptado ao metabolismo da
criança. Já foi demonstrado que a complementação do leite materno com água ou
chás é desnecessária, inclusive em dias secos e quentes. Recém-nascidos normais
nascem suficientemente hidratados para não necessitar de líquidos, além do
leite materno, apesar da pouca ingestão de colostro nos dois ou três primeiros
dias de vida.
O leite humano, em virtude
das suas propriedades anti-infecciosas, protege as crianças contra infecções
desde os primeiros dias de vida. Além de diminuir o número de episódios de
diarreia, encurta o período da doença quando ela ocorre e diminui o risco de
desidratação.
O leite humano é fonte
completa de nutrientes para o lactente amamentado exclusivamente no seio até os
seis meses de vida. A composição química do leite materno atende também às
condições particulares de digestão e do metabolismo neste período de vida do recém-nascido.
Ter uma boa noção de como
é a anatomia da mama nos ajuda a entender o que significa o termo “Pega
Correta” tão disseminado nos Blogs, sites, livros e revistas que trabalham na
luta em defesa do Aleitamento Materno.
Fazer a pega correta não é
tão simples quanto parece, por isso invariavelmente se faz necessária à
presença de uma consultora (geralmente é uma enfermeira) em Aleitamento Materno
ao lado da mãe para que esta auxilie no aprendizado da amamentação que se dá tanto
para a mãe como para o bebê.
Parte da mama da mãe tem
que estar em contato com a boca do bebê para que as terminações nervosas da
aréola sejam devidamente estimuladas e chegue ao cérebro da mãe uma clara
mensagem de que não só há alguém mamando como também que certo volume de leite
materno tem que ser produzido, condizente com o tamanho da fome do bebê.
Como vocês podem observar,
os lábios do bebê devem ficar virados para fora, formando o que chamamos de
“boca Peixinho”. Esta postura labial também garante que a boca do bebê está
atingindo a área que tem que ser estimulada.
Atentar à pega correta a
mãe tem maiores chances de amamentar seu bebê com tranquilidade e pelo tempo
que quiser.
Muitas mamães,
principalmente as de primeira viagem, ficam muito ansiosas e com medo só em
pensar em amamentar. São muitas dúvidas que surgem. Elas acham que vai machucar
o bico do seio, que vai sentir muita dor, que não vão conseguir amamentar, que
o peito ‟vai cair“ e que o peito pode empedrar. São histórias que normalmente
chegam aos seus ouvidos muitas vezes sem clareza e sem fundamentação.
Cuidados com as mamas
antes e durante a amamentação
- Durante a gestação, a
aréola do peito já se modifica para receber a boca do bebê. Ela fica mais
escura e a pele dessa região um pouco mais grossa e menos sensível. Para
evitar eventuais dores nas mamas durante a amamentação, a mamãe pode tomar sol
na região durante 15 minutos por dia, evitando o sol das 10h da manhã até às
16h.
- Durante o banho passar uma
bucha macia (nada de bucha áspera, tem que ser macia), sem esfregar, ou depois
do banho passar a toalha de banho na região, massageando. Isso vai ajudando a
região a ficar menos sensível.
- Dependendo do tipo de seu
mamilo, principalmente se é plano ou invertido, uma técnica muito usada são os
chamados exercícios de Hoffman. A mulher deve posicionar o polegar e o dedo
indicador em lados opostos da base do mamilo, apertar para dentro e puxar
delicadamente para fora.
Depois que o bebê nascer,
não passe nenhum produto para limpar ou hidratar as mamas, principalmente na
região das aréolas, que é onde o bebê deve abocanhar. O leite materno é o
melhor produto para hidratar.
Não precisa passar álcool
para esterilizar o bico antes de o bebê mamar: o próprio leite já faz essa
função. As mamas estão um pouco ressecadas ou começando a rachar, leite materno.
Passe o leite, espere secar e depois coloque o sutiã. Na hora do banho a mamãe
pode lavar as mamas com sabonete e depois enxaguá-las com bastante água.
Também, a raspa interna da
casca da banana prata é muito utilizada para rachaduras nos mamilos durante a
amamentação.
O sutiã que deve sustentar
as mamas deve ser com alças mais largas, de preferência de algodão, que são
mais confortáveis.
Quando as mamas estão
empedrando (mamas ingurgitadas), nada de colocar compressa de água quente. No
começo pode aliviar, mas logo depois piora. O recomendado é fazer compressa de
água fria para aliviar.
As rachaduras e
empedramento podem ser consequências de uma má pega do bebê no peito. A boca do
bebê deve ficar bem aberta e abocanhada praticamente toda a aréola da mamãe. Se
abocanhar só o bico pode machucar e o bebê terá dificuldade de retirar o leite.
A mastite é uma inflamação
da mama que provoca o surgimento de sintomas como dor, inchaço ou vermelhidão
na mama.
Geralmente, a mastite
surge em mulheres que estão amamentando, devido ao entupimento dos canais por
onde passa o leite, mas também pode acontecer em qualquer fase da vida da
mulher devido à entrada de bactérias na mama, através de feridas no mamilo ou
piercings, por exemplo.
A mastite tem cura e o seu
tratamento deve ser iniciado o mais cedo possível para evitar o desenvolvimento
de bactérias no tecido inflamado, provocando uma infecção e piora dos sintomas.
Sintomas de mastite
- Dor na mama afetada;
- Inchaço da mama afetada;
- Vermelhidão do local
afetado;
- Surgimento de caroço junto
do local dolorido;
Normalmente, os sintomas
de mastite surgem apenas em uma mama, no entanto, caso a mulher deixe a outra
mama encher em excesso, também pode causar o desenvolvimento de uma mastite.
O que se deve fazer para
evitar uma mastite é garantir que as mamas são esvaziadas frequentemente pelo
bebê. Isto é, a mulher deve oferecer uma mama ao bebê e só depois de estar esvaziado,
oferecer a outra, alternando as mamas na mamada seguinte.
Além disso, também é
aconselhado que a mulher utilizasse sutiãs e roupas de algodão pouco apertadas,
evitando pressão excessiva sobre as mamas e prevenindo o desenvolvimento de
bactérias.
O tratamento para mastite,
que é a inflamação da mama que pode ocorrer durante a fase da amamentação,
causando dor, desconforto e por vezes febre pode ser feito em casa. Por isso, o
tratamento caseiro para mastite envolve:
- Repouso;
- Aumento da ingestão de
líquidos;
- Esvaziamento da mama
infectada através da amamentação, da extração manual ou com o uso da bombinha
de tirar leite.
- Medicamentos analgésicos e
anti-inflamatórios como o Paracetamol ou o Ibuprofeno também podem ser usados
para aliviar a dor e reduzir a inflamação.
O tratamento para mastite
deve ser instituído o mais rapidamente possível, porque quando esta se agrava
pode ser necessário o uso de antibióticos ou até mesmo uma intervenção cirúrgica.
Além do tratamento, é
recomendado a mulher:
- Dar de mamar várias vezes
ao dia, para evitar que o leite fique acumulado na mama afetada;
- Observar se o bebê está
esvaziando completamente a mama ao terminar de mamar;
-Retirar o leite
manualmente ou com a bombinha se o bebê não tiver esvaziado completamente a
mama.
Apesar de a mastite
provocar dor e desconforto, não é aconselhável a interrupção da amamentação,
pois o ato de amamentar ajuda a tratar a mastite e traz muitos benefícios para
o bebê, como redução de alergias e cólicas. No entanto, se mesmo assim a mulher
não quiser amamentar, deve retirar o leite e der depois para o bebê.
Procure sempre um local
tranquilo, arejado, com pouca luminosidade e bastante confortável para
amamentar seu bebê. Lembre-se que a amamentação pode ser um período maravilhoso
na vida da mãe e do filho.
Consulte profissionais da
saúde, como médicos pediatras, ginecologistas, fonoaudiólogos e enfermeiros
sempre que possível para esclarecer suas dúvidas.
É
considerado recém-nascido o bebê com até 28 dias de vida.
As cólicas são comuns em
bebês desde o nascimento, principalmente dos 15 dias até os três meses de vida,
normalmente ocorrem no mesmo horário e causam desespero nos pais.
As mamães, principalmente
as de primeira viagem, ficam desesperadas quando seus bebês choram
compulsivamente e não há nada que os faça acalmar. Não é fome, pois ele mamou
quase agora e não aceita o peito, nem fralda suja, já que acabou de tomar
banho. Isso pode ser cólica, algo normal e esperado.
É uma sensação nova para o
bebê e dói muito. O choro de cólica é estridente. Observe as seguintes
características: o bebê fica inquieto, com rosto vermelho, fazendo caretas, se
contorce e encolhe as perninhas até a barriguinha.
A cólica acontece por
imaturidade do sistema digestivo do bebê. Essa imaturidade faz com que as
paredes intestinais se contraiam e relaxem sem controle e isso pode resultar em
gases e levar à cólica.
Outro motivo seria que
agora o intestino está recebendo alimento e a digestão acelera seu
funcionamento, provocando as cólicas. O movimento do intestino também precisa
de um tempo para amadurecer e se coordenar.
O intestino do bebê é
preparado para receber só o leite materno até os seis meses de vida. Esse leite
pode acarretar em cólicas porque faz o intestino do bebê funcionar para
digeri-lo.
Se o bebê receber outro
tipo de alimentação nesse período, as cólicas podem ser piores, pois a digestão
é mais difícil e requer maior trabalho do intestino. A fermentação do leite e
de outros alimentos causa gases e é outro fator de cólicas.
A
tensão ou o estresse do ambiente pode deixar o bebê tenso e agitado, acentuando
a cólica. Se a mamãe fica nervosa, o
bebê sente essa ansiedade e insegurança, por isso a mamãe tem que tentar ficar
o mais tranquila possível e passar segurança para o seu bebê com muito amor e
carinho.
O bebê pode engolir ar
quando amamentado. Engolir ar aumenta as dores por gases. É importante colocar
o bebê bem inclinado para se alimentar, arrotar após as mamadas e colocá-lo
para dormir de lado.
Além da posição para amamentação
e colocar o bebê para arrotar, há outras maneiras de prevenir à cólica. Fazer
compressas mornas na barriga do bebê como colocar uma fralda aquecida ou bolsa
com água morna (verifique a temperatura para não causar queimaduras), fazer
ginástica com as perninhas do bebê como se ele estivesse "pedalando"
e massagear a barriga do bebê com as mãos aquecidas com movimentos circulares,
todos esses procedimentos podem ser realizados durante 2 minutos cada um, de 4
a 5 vezes por dia, eles ajudam o bebê a não ter cólicas ou aliviar a dor na
hora das crises. Mas atenção, você não precisa aplicar todos os procedimentos
como se fosse um rodízio. Aplique um procedimento, se ele já for suficiente
você não precisa realizar os outros.
Para evitar o estresse,
procure manter o ambiente calmo e quieto enquanto alimenta o bebê ou nos
horários mais frequentes da cólica e descubra formas de confortá-lo, cada bebê
se sente seguro e amado do seu jeito.
Como os homens têm a
temperatura do corpo um pouco mais elevada que as mulheres podem ser que as
cólicas se resolvam mais rápido quando o bebê é colocado na barriga ou no
antebraço do papai ou quando é o papai que faz as massagens.
Outro bom remédio caseiro
para aliviar cólicas em seu bebê é a imersão em um banho de água morna a
temperaturas entre 36 e 37 graus, por cerca de 15 ou 20 minutos. Certamente
este banho vai relaxar e vai aliviar o desconforto das cólicas. Não se esqueçam
de estar sempre conscientes de seu bebê e não deixá-lo sozinho em nenhum
momento.
Nada de chá - Não faça uso
de chás para resolver o problema. O chá pode provocar ainda mais cólica já que
o intestino do bebê ainda está imaturo. Ou o chá simplesmente por ter um efeito
calmante faz seu bebê dormir, mas não resolve à cólica. Só use remédios com
prescrição médica.
Fique atenta!
- Bebê amarelado: é
icterícia
Conhecido também como
amarelão, a icterícia neonatal é uma alteração fisiológica, isto é, normal, na
coloração da pele e branco dos olhos dos recém-nascidos, deixando o bebê
amarelado.
Esse tipo de icterícia não
é considerado doença, atinge em torno de 50% dos bebês nascidos no tempo certo,
sendo ainda mais frequente nos prematuros. A cor amarelada aparece no segundo
ou terceiro dia de vida primeiramente no rosto, depois vai aumentando para
tórax, abdome e finalmente as pernas. As fezes e urina permanecem com coloração
normal.
Na maioria das vezes
regride espontaneamente em torno do décimo dia de vida do bebê.
Se a icterícia atingir um
nível muito alto será preciso que o bebê faça fototerapia ou banho de luz. A
criança fica em um berço com uma fonte de luz que converte a bilirrubina
impregnada na pele e nas mucosas em outra substância deixando a pele do bebê
com coloração normal.
Esse tratamento é muito
comum em prematuros e bebês em que a icterícia não desaparece espontaneamente.
O aumento da bilirrubina acima de certos limites pode acumular-se no cérebro
trazendo danos irreversíveis ao sistema nervoso, prejudicando o desenvolvimento
do bebê. Portanto, cuidado redobrado, mamãe.
Existem outros tipos de
icterícia que são mais graves e requerem mais atenção. Há a icterícia por
incompatibilidade de grupo sanguíneo, que é a forma mais grave e aparece logo
no primeiro dia de vida.
A icterícia pode estar
relacionada também ao aleitamento materno, as causas são desconhecidas, podendo
ser porque componentes do leite materno reduzem a excreção da bilirrubina. O
tratamento pode ser a interrupção do aleitamento por 1 ou 2 dias ou o banho de
luz.
São raras às vezes em que
o acúmulo de bilirrubina seja grande que cause acúmulo no cérebro ocasionando
prejuízos.
Dicas:
- Se as fezes e urina do
bebê estiverem com coloração diferente procure imediatamente um médico.
- Lembre-se sempre que o
aleitamento materno é sempre o melhor para o bebê. Só o interrompa com
recomendação médica.
- Atualmente o banho de sol
não é recomendado pelos riscos causados pela exposição solar, portanto o
tratamento deverá ser realizado através de fototerapia nos hospitais.
Acne neonatal
Inflamações no rosto dos
recém-nascidos, não são graves nem requerem tratamento.
Acne não é exclusividade
dos adolescentes e adultos; pode atingir também os bebês. Este problema também
atinge mais de 30% dos recém-nascidos. A chamada “acne neonatal” é comum entre
a terceira e a quarta semanas de vida da criança e pode durar até seis meses.
Esse tipo de acne surge em
bebês com predisposição genética, após a liberação dos hormônios maternos
durante a gestação, amamentação e período pós-parto.
As lesões formadas se
caracterizam por cravos pretos ou brancos, espinhas avermelhadas e, em casos
menos comuns, espinhas com pus. Com raras exceções, os pais não devem se
preocupar, já que as acnes costumam desaparecer espontaneamente. O uso de óleos
e pomadas para bebês não é recomendado; não são eficientes e podem até agravar
o caso.
Outro
problema que pode atingir as crianças é a acne infantil, que surge a partir do
terceiro mês de vida. As lesões aparecem em maior quantidade e são mais
persistentes que a acne neonatal. Elas também costumam desaparecer de modo
gradativo em cerca de três anos.
Caso apareçam verdadeiras
bolhas ou espinhas com pus em qualquer parte do corpo, deve haver um exame
cuidadoso, já que elas podem ter sido causadas por herpes viral. Neste caso, é
necessário tratamento. A recomendação é buscar um dermatologista caso os cravos
não desapareçam sozinhos depois que o bebê passar dos seis meses. Medicamentos
leves, com formulação própria para a pele da criança, podem resolver o
problema.
Moleiras e os cuidados com
o crânio do bebê
As moleiras do bebê são
uma das preocupações dos pais logo quando o bebê nasce. As fontanelas, nome
oficial das "moleiras", são aberturas no osso do crânio do bebê
separadas por linhas também abertas, chamadas suturas.
As funções das fontanelas
que se encontram no alto da cabeça dos bebês e das suturas são promover o
momento do parto, facilitando assim a passagem do bebê pelo canal vaginal e
permitir o crescimento adequado do cérebro.
Logo após o parto, a
cabeça do bebê pode apresentar pequenas deformidades devido às alterações
ocorridas durante o parto. Geralmente, essas imperfeições são corrigidas logo
nos dez primeiros dias de vida.
No primeiro ano de vida, o
cérebro cresce metade do seu tamanho que terá quando adulto, alcançando quase
seu crescimento total ao fim do segundo ano de vida.
As aberturas do crânio
(fontanelas ou moleiras) fecham-se nesse intervalo. A fontanela menor fecha-se
até o segundo mês de vida do bebê, já a fontanela maior fecha-se entre o nono e
décimo quinto mês.
Para saber se tudo está
bem, é preciso levar o bebê ao pediatra regularmente, o ideal é 1 consulta por
mês até o oitavo mês de vida. Isso permitirá que ao sinal de qualquer problema
o pediatra possa indicar uma intervenção.
Observe em casa:
- Se você nota algo estranho
como uma cabeça pontuda, achatada, torta, etc. ou algum conhecido comenta isso
com você, preste atenção e leve seu bebê ao pediatra o quanto antes, pois pode
ser sinal de algo errado.
- É normal a moleira pulsar
e se o bebê chora ela pulsa ainda mais e mais forte.
- A moleira não pode estar
afundada e nem abaulada. Em ambos os casos um médico deve ser procurado.
Existe uma alteração
conhecida como Cranioestenose, caracterizada pelo fechamento precoce das
fontanelas e suturas, ocorrendo deformidades no crânio, já que o cérebro fica
sem espaço para crescer adequadamente.
O fechamento prematuro dos
ossos do crânio pode causar, além da deformidade do crânio, lesões neurológicas
graves. Atinge mais meninos do que meninas, três para um, acometendo um em cada
2000 nascimentos.
A cranioestenose não tem
uma causa definida, mas pode ter motivos hereditários, intra-uterina,
infecciosa ou até mesmo o uso de alguns medicamentos durante a gestação, como
anticonvulsivantes.
O diagnóstico é feito pelo
médico a partir de exame físico do bebê. Através de exames radiológicos e de
neuroimagem, o profissional verifica as suturas fechadas e as possíveis
malformações dos ossos da face e do sistema nervoso que a cranioestenose pode
causar.
O tratamento é cirúrgico
onde tem por objetivo criar espaços para o desenvolvimento normal do cérebro e
corrigir as deformidades existentes, prevenindo ou aliviando as sequelas que
possam existir.
A Plagiocefalia posicional
é uma deformidade do crânio (assimetria craniana ou cabeça torta) que pode
ocorrer devido ao posicionamento do bebê no útero, de um parto complicado ou de
uma gravidez de gêmeos. Em muitos casos a assimetria "some" com o
tempo, porém se alguns cuidados não forem tomados antes do fechamento das
moleiras essa assimetria ficará para sempre. Dentre as dicas para evitar que a
assimetria se perpetue está à variação da posição da cabeça do bebê, ou seja,
não deixar o bebê por muito tempo com a cabeça repousada sempre em mesma
posição.
Dicas:
- Um acompanhamento
neurológico é muito importante nos casos de cranioestenose.
- Nem sempre bebês com
cranioestenose ficarão com sequelas que prejudiquem o desenvolvimento da
criança.
- Consulte sempre o pediatra
para observar o crescimento e desenvolvimento normal do seu bebê.
É preciso tomar cuidado
com o umbigo, que precisa estar sempre limpo e seco, pois há risco de infecção.
Para
garantir a saúde e a boa aparência do umbigo do bebê, ele precisa ser
cicatrizado da maneira correta, ou “curado” como popularmente é conhecido este
cuidado. Depois do nascimento e do
corte do cordão, o bebê ainda fica com um pedacinho grudado na barriguinha,
este restinho de cordão é chamado coto umbilical.
A mamãe tem de fazer a
higienização da região, mantendo-a sempre seca (para promover a cicatrização) e
limpa (para evitar infecções). A cicatrização dura de 7 a 15 dias, mas este
tempo pode variar de criança para criança.
O processo de assepsia e
higienização é simples e fácil de fazer: basta lavar, secar bem e passar álcool
70%. Mesmo um pequeno
sangramento na região durante a cicatrização é considerado normal.
As assaduras são um
inimigo que ronda os bebês que usam fraldas. Elas são um incômodo e tanto. Além
de deixar a pele dos pequenos irritada, vermelha, com ardência, coceira e dor
podem ter como consequência prejuízos no sono e na alimentação.
Muitas mamães acham que as
assaduras só aparecem na região das fraldas, mas não é só nessa área. Podem
ocorrer em regiões mais quentes e em outras dobrinhas, como no pescoço e
embaixo do queixo.
A principal causa da
assadura é a umidade. Uma assadura inicial deve melhorar cerca de dois após o
início do tratamento recomendado pelo médico (normalmente com os cremes
tradicionais usados para prevenir a irritação à base de óxido de zinco,
vitaminas A e D, lanolina, calêndula e óleos). Se ainda assim a assadura
persistir, ou tiver piorado, fale com o pediatra, pois pode ser algum outro
tipo de infecção, como fungo ou bactéria, que exige um tratamento mais
específico.
Dicas:
- Não é preciso dar banho no
bebê a cada troca de fralda no caso de xixi. Um algodão umedecido com água
morna é o indicado para a higienização. O sabonete, mesmo sendo neutro, e
lenços umedecidos retiram a camada de proteção da pele, propiciando a assadura.
- No caso de cocô, o ideal é
lavar o bumbum, mas apenas com água, sem o uso de sabonetes.
- Deixe o bebê algum
tempinho sem fraldas para evitar um pouco o atrito da fralda com a pele do bebê
(a região fica úmida e quente em contato com a fralda).
- Tente trocar a marca da
fralda. A assadura pode ser por causa de alguma reação alérgica de algum
componente da fralda.
- Não use talco, a região
ficará abafada e, portanto, úmida, propiciando o aparecimento das assaduras.
- Não deixe o bebê com a
mesma fralda por muito tempo. Nem a fralda mais absorvente de xixi consegue
deixar o bebê longe da umidade e consequentemente da assadura.
- Alimente o bebê
exclusivamente com leite materno nos primeiros meses. O leite materno faz com
que as fezes e urina não se tornem tão ácidas, prevenindo assaduras.
- Uso exagerado das pomadas
para prevenção das assaduras pode ter efeito contrário. Deve ser passada uma
fina camada de pomada, o exagero deixa a região sem “respirar”, irritando ainda
mais a pele do bebê.
- Bebês maiores podem ter
assaduras em decorrência de alergias alimentares. Por isso, quando introduzir a
alimentação sólida, ofereça um alimento novo por vez, assim saberá se a
assadura tem como causa alergia alimentar.
Em torno de 40% dos
recém-nascidos regurgitam regularmente. A pior fase é aos 4 meses, época em que
as golfadas são mais frequentes. Existe uma diferença entre a golfada e vômito.
O vômito geralmente é mais forçado e em quantidade maior que a golfada. Se seu
bebê parece nervoso, ele provavelmente está vomitando já que quando regurgita o
bebê parece nem perceber.
Quando o bebê engole ar
junto com o leite materno ou fórmula, o ar fica preso junto com o líquido.
Assim, o ar precisa sair e quando saí, vem um pouco do líquido junto.
Os bebês comem muito em
proporção ao seu peso, e alguns são mais gulosos, por isso, algumas vezes, eles
ficam cheios demais e tem que colocar um pouco para fora.
Além disso, o sistema
digestivo de um recém-nascido ainda não está completamente desenvolvido. Os
músculos do esôfago, que controlam a entrada e saída da comida, ainda estão se
acostumando com a velocidade das mamadas. O bebê ainda não tem controle.
Dicas:
- Deixe o bebê o mais em pé
possível na hora de amamentar. Assim o caminho do leite ao estômago será livre.
- Mantenha um ambiente
tranquilo durante as mamadas. Reduza o barulho e outras distrações e tente não
deixar o bebê ficar com muita fome antes de começar a amamentar. Se ele estiver
distraído ou faminto, tem mais chances de engolir ar junto com o leite.
- Se o bebê estiver mamando
de mamadeira (seja fórmula ou leite materno), certifique-se que o buraco no
bico não seja muito pequeno, o que o deixará frustrado e o fará engolir ar. Por
outro lado, se o buraco for muito grande, ele poderá engasgar porque o leite
será abundante.
- Faça o bebê arrotar após
cada mamada. Se, por acaso, seu bebê para naturalmente durante a mamada,
aproveite a pausa para fazê-lo arrotar. Desse modo, se há algum ar, vai sair
antes de entrar mais comida. Se em poucos minutos ele não arrotar, não se
preocupe. Volte a amamentar e tente fazê-lo arrotar depois.
- Deixe a barriga do bebê
sem apertos. Verifique se a calça ou fralda não estão muito apertadas. E, não
aperte a barriga na hora de colocar o bebe para arrotar. Evite sair de carro
logo após as mamadas porque recliná-lo na cadeirinha do carro pode pressionar o
estômago também.
- Não balance o bebê após a
mamada. Deixe-o na posição mais em pé possível por meia hora ou mais. Assim, a
gravidade irá ajudá-lo.
- Não alimente seu bebê
demais. Se o recém-nascido golfa a cada mamada, ele pode estar comendo mais do
que aguenta. Tente dar menos fórmula ou amamentá-lo por menos tempo e veja se
ele está satisfeito.
- Se o seu bebê regurgita
enquanto dorme, tente elevar sua cabeça no berço. Não é seguro colocar um
travesseiro, mas é possível colocar uma espuma em baixo do colchão para elevar
a cabeça ou colocar calços embaixo dos pés da cabeceira do berço (verifique a
segurança desses calços para que o berço não escorregue ou tombe).
- Por volta dos 6, 7 meses,
ou quando eles aprendem a sentar sozinhos, a maioria dos bebês para de
regurgitar. Alguns ainda continuam até o primeiro aniversário.
Regurgitar não é nada
sério se, mesmo colocando o excesso para fora, o bebê continua ganhando peso
como deve. Converse com seu pediatra e certifique-se que seu bebê está
engordando conforme o esperado.
Os testes realizados em
recém-nascidos são de extrema importância para detectar possíveis distúrbios
que, mais tarde, podem prejudicar o desenvolvimento da criança. Saiba quais
exames podem ser realizados ainda na maternidade e, dentre eles, quais são
obrigatórios por lei.
1- Teste do Pezinho
Esse exame é realizado em
grande parte nas maternidades quando o bebê completa 48 horas de vida. Antes
disso, o teste pode sofrer influência do metabolismo da mãe. O exame também é
feito em laboratórios.
O ideal é que o teste seja
feito até o sétimo dia de vida. Basta apenas uma picada no calcanhar do bebê
para retirar algumas gotinhas de sangue que serão colhidas num papel filtro e
levadas para serem analisadas.
Para quem não sabe, o
teste do pezinho é obrigatório por lei em todo o Brasil e a simples atitude de
se realizar o exame faz com que doenças causadoras de sequelas irreparáveis no
desenvolvimento mental e físico da criança sejam detectadas e tratadas mesmo
antes do aparecimento dos sintomas.
O diagnóstico precoce
oferece condições de um tratamento iniciado nas primeiras semanas de vida do
bebê, evitando a deficiência mental. A deficiência, uma vez presente no corpo,
já não pode ser curada.
O Sistema Único de Saúde
(SUS) instituiu o Programa Nacional de Triagem Neonatal, que inclui o Teste do
pezinho e que cobre a identificação de doenças:
- Fenilcetonúria
- hipotireoidismo congênito
- anemia falciforme
- fibrose cística
- hiperplasia adrenal
congênita
- deficiência da biotinidase
Hoje já existe uma versão
ampliada do teste do pezinho onde é possível identificar mais de 30 doenças
antes que seus sintomas se manifestem. Mas é ainda um recurso sofisticado e
bastante caro, não disponível na rede pública de saúde.
Dicas:
- Não se esqueça de buscar o
resultado. Qualquer alteração no resultado, leve para o pediatra examinar.
- Não se preocupe se tiver
que repetir o exame. O teste do pezinho exige repetição para esclarecer o
primeiro resultado, quando suspeito de normalidade ou quando o teste é
realizado antes de 48 horas de vida.
- Um resultado normal, mesmo
no teste ampliado, não afasta a possibilidade de outras doenças neurológicas
genéticas ou adquiridas. O teste não diagnostica, por exemplo, a síndrome de
Down.
ATENÇÃO!
Apesar do nome "Teste
do Pezinho" é possível que em alguns locais o sangue seja coletado como do
braço do bebê. Acredita-se que no braço a "picada" seja menos
dolorosa.
2- Teste da Linguinha
Desde o início deste ano (2015),
todas as maternidades e hospitais do país são obrigados por lei a realizar o
Teste da Linguinha em bebês recém-nascidos (nas primeiras 24 horas).
A realização do teste da
linguinha é de extrema importância para o desenvolvimento da criança, pois
através desse exame poderá se detectar eventuais problemas de fala, como a
"língua presa”.
O exame consiste em
verificar se existe alteração no frênulo (conhecido como freio), que é a
membrana que liga a parte inferior da língua ao assoalho (ou a base, como
preferir) da boca. Caso seja detectada a "língua presa", um pequeno
corte na membrana é realizado.
Uma eventual má formação
da membrana da língua pode prejudicar seriamente a amamentação e o
desenvolvimento da fala.
A dificuldade na fala
afeta a auto estima e dificulta o aprendizado da pessoa, o problema se torna
muito mais sério.
É comum mamães se acharem
culpadas quando a amamentação não acontece adequadamente. Mas muitas delas não
sabem que às vezes o problema está na má formação da língua do bebê, e a
anomalia passa batida. Mais um motivo para a necessidade do teste.
A língua do bebê faz um
super trabalho de sucção e deglutição para tirar o leite do peito da mãe. E
esse processo pode ser dificultado caso o pequeno tenha língua presa.
O Teste da Linguinha não
dói. Assim como não dói caso seja detectada alteração na membrana da língua. O
corte da membrana não causa dor. Observação importante: nem todo bebê que tenha
língua presa terá problemas no desenvolvimento da fala.
3- Teste do Olhinho
O teste do olhinho (ou o
teste do reflexo vermelho) é um exame que deve ser realizado rotineiramente em
bebês na primeira semana de vida, preferencialmente antes da alta da
maternidade, e que pode detectar e prevenir diversas patologias oculares, assim
como o agravamento dessas alterações, como uma cegueira irreversível.
Ao contrário do teste do
pezinho, que é super conhecido nacionalmente (até por ser obrigatório), os
testes da orelhinha e olhinho são muito menos "famosos" entre os
pais. A explicação para a pouca fama se deve ao fato de ambos os testes são
realizados somente em alguns Estados e cidades do país.
O teste do olhinho é
fácil, não dói, não precisa de colírio e é rápido (de dois a três minutos,
apenas). Uma fonte de luz sai de um aparelho chamado oftalmoscópio, tipo uma
"lanterninha", onde é observado o reflexo que vem das pupilas. Quando
a retina é atingida por essa luz, os olhos saudáveis refletem tons de vermelho,
laranja ou amarelo.
Quando há alguma
alteração, não é possível observar o reflexo ou sua qualidade é ruim,
esbranquiçada. A comparação dos reflexos dos dois olhos também fornece
informações importantes, como diferenças de grau entre olhos ou o estrabismo.
O teste do olhinho previne
e diagnosticam doenças como a retinopatia da prematuridade, catarata congênita,
glaucoma, retinoblastoma, infecções, traumas de parto e a cegueira. Segundo
dados estatísticos, essas alterações atingem cerca de 3% dos bebês em todo o
mundo.
Bebês prematuros devem
obrigatoriamente realizar esse teste visual, de modo que afaste o risco da
retinopatia da prematuridade, principal causa da cegueira infantil na América
Latina.
Dicas:
- A mamãe e o papai podem
observar as fotografias de seu filho. Se em vez do reflexo vermelho que fica
nos olhos aparecer uma mancha branca, procure um oftalmologista.
- Pergunte ao pediatra do
seu bebê quais exames que foram realizados ao seu nascimento. Se o teste do
olhinho não estiver entre eles, converse com o médico a possibilidade de
realizá-lo.
- A catarata não é um
problema só de idoso, não. A catarata congênita é uma patologia presente ao
nascimento e uma em cada cem crianças nascidas apresenta essa alteração.
- Desde junho de 2010 é
obrigatório aos planos de saúde o pagamento para a realização do Teste do
Olhinho.
- SUS - o Sistema único de
Saúde diz que está garantida a realização do exame em todos os municípios
participantes da Rede Cegonha, porém, atualmente menos de 50% dos municípios
estão na Rede Cegonha.
4- Teste do Coraçãozinho
Também conhecido como
oximetria de pulso – que permite identificar
precocemente se o bebê tem alguma doença grave no coração.
O teste do coraçãozinho
pode até salvar a vida de bebês que nascem com defeitos cardíacos. Trata-se na
verdade de uma pulseira que mede a concentração de oxigênio no sangue e que
detecta problemas no coração antes mesmo de aparecerem sintomas. O lado bom:
leva menos de 5 minutos. Geralmente, um a cada 130 bebês pode apresentar
alterações cardíacas congênitas, como buracos entre as câmaras do coração e
defeitos na válvula cardíaca.
O teste é pouco difundido
no Brasil. O Hospital São Luiz, em São Paulo, é um dos poucos que realiza
exames desse tipo. No entanto, caso os pais queiram que o filho seja submetido
ao exame, o pequeno necessita de atestado médico antes de chegar aos testes.
Geralmente, os hospitais fazem diversos exames cardíacos no recém-nascido, e
não somente do coraçãozinho, encarecendo o exame. Portanto, um exame pode
variar entre R$ 100 e mais de R$ 1.000.
Dados
Sociedade Brasileira de Pediatria mostram que cerca de 10 em cada mil
recém-nascidos podem apresentar alguma malformação congênita e, entre esses,
dois podem ter cardiopatias graves e precisar de intervenção médica urgente. O
exame é realizado entre 24 e 48 horas depois do nascimento e é rápido e
indolor. Um aparelho chamado oxímetro de pulso é colocado na mão direita e
outro no pezinho do bebê e mede a oxigenação do sangue e os batimentos
cardíacos e identifica doenças cardíacas graves. Caso a concentração de
oxigênio no sangue seja inferior a 95%, o recém-nascido é encaminhado para
avaliações mais detalhadas.
O exame é importante
para evitar que o bebê saia da maternidade sem saber se tem uma cardiopatia
congênita. Com o exame é possível detectar algumas doenças que podem causar
problemas graves ou mesmo levar à morte. O diagnóstico e o tratamento ainda no
começo da vida são fundamentais. No Paraná, o exame é regulamentado através de
uma Lei Estadual de 2012.
5 - Teste da Orelhinha
Um dos sentidos mais
importantes para o desenvolvimento completo da criança é a audição. O bebê já
escuta desde bem pequeno, antes mesmo de ser erguido pelo doutor em sua
apresentação ao mundo. Isso acontece a partir do quinto mês de gestação, onde o
bebê ouve os sons do corpo da mamãe e sua voz.
É através da audição e da
experiência que as crianças têm com os sons ainda na barriga da mãe que se
inicia o desenvolvimento da linguagem. Qualquer perda na capacidade auditiva,
mesmo que pequena, impede a criança de receber adequadamente as informações
sonoras que são essenciais para a aquisição da linguagem.
O Teste da Orelhinha, ou
Triagem Auditiva Neonatal, que é realizado já no segundo ou terceiro dia de
vida do bebê. Ao contrário do nome parecido com o teste do pezinho, no Teste da
Orelhinha não é preciso fazer um furinho na orelha do bebê.
Esse exame consiste na
colocação de um fone acoplado a um computador na orelha do bebê que emite sons
de fraca intensidade e recolhe as respostas que a orelha interna do bebê
produz.
O exame logo ao nascer é
imprescindível para todos os bebês, principalmente àqueles que nascem com algum
tipo de problema auditivo. Estudos indicam que um bebê que tenha um diagnóstico
e intervenção fonoaudiológica até os seis meses de idade pode desenvolver
linguagem muito próxima a de uma criança ouvinte.
O
grande problema é que a maioria dos diagnósticos de perda auditiva em crianças
acontece muito tardiamente, com três ou quatro anos, quando o prejuízo no
desenvolvimento emocional, cognitivo, social e de linguagem da criança está
seriamente comprometido.
O
Teste da Orelhinha é realizado com o bebê dormindo, em sono natural, é indolor
e não machuca, não precisa de picadas ou sangue do bebê, não tem
contra-indicações e dura em torno de 10 minutos.
Há os chamados bebê de
risco para a surdez. São os casos em que já existe um histórico de surdez na
família, intervenção em UTI por mais de 48 horas, infecção congênita (rubéola,
sífilis, toxoplasmose, citomegalovirus e herpes), anormalidades craniofaciais
(má formação de pavilhão auricular, fissura lábio palatina), fez uso de
medicamentos ototóxicos, entre outros. Se o Teste da Orelhinha já e importante
para uma criança sem problemas, imagine para essas crianças.
Mas todos os bebês devem
fazer o Teste. Em bebês normais, a surdez varia de 1 a 3 crianças em cada 1.000
nascimentos, já em bebês de UTI Neonatal, varia de 2 a 6 em cada 1.000
recém-nascidos. A avaliação Auditiva Neonatal limitada aos bebês de risco é
capaz de identificar apenas 50% dos bebês com perda auditiva.
Portanto, o Teste da
Orelhinha é algo fundamental ao bebê, já que os problemas auditivos afetam a
qualidade de vida da criança, interferindo no processo da fala, entre muitas
outras coisas.
O teste é obrigatório por
lei desde o dia 2 de agosto de 2010 o exame é gratuito.
Fique atenta!
- De 0 a 6 meses
O bebê se assusta, chora
ou acorda com sons intensos e repentinos. Reconhece a voz materna e procura a
origem dos sons.
- De 6 a 12 meses
Localiza prontamente os
sons de seu interesse e reage a sons suaves. O balbucio se intensifica e
reconhece seu nome quando chamado.
- De 12 a 30 meses
Vai do início da primeira
palavra (papai) até o uso de sentenças simples (dá bola). Lógico que ainda é
cedo, mas nunca incentive o filho a falar errado só porque soa bonitinho. Se
ela diz que o papai chegou de "calo", corrija naturalmente dizendo
que ele chegou de carro. O estímulo à pronúncia correta é fundamental no
aprendizado.
Finalmente fechamos o
ciclo sobre: gestação, parto, puerpério e aleitamento materno!
Espero que tenham gostado.
Um grande abraço e até a próxima postagem!
Fontes:
- Portal da Educação
- Google
Nenhum comentário:
Postar um comentário