Sejam Bem vindos!

"Confie no Senhor e faça o bem, assim habitará a terra e desfrutará segurança. Deleite-se no Senhor, e Ele atenderá os desejos de seu coração.Entregue seu caminho ao Senhor; confie nEle e Ele agirá."

Salmos 37:3-5


segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Saiba mais sobre o Bullyng!

Introdução:



Quem nunca foi zoado ou zoou alguém na escola? Risadinhas, empurrões, fofocas, apelidos como “bola”, “rolha de poço”, “quatro-olhos”. Todo mundo já testemunhou uma dessas “brincadeirinhas” ou foi vítima delas. Mas esse comportamento, considerado normal por muitos pais, alunos e até professores, está longe de ser inocente. Ele é tão comum entre crianças e adolescentes que recebe até um nome especial: bullying. Trata-se de um termo em inglês utilizado para designar a prática de atos agressivos entre estudantes. Traduzido ao pé da letra, seria algo como intimidação. Trocando em miúdos: quem sofre com o bullying é aquele aluno perseguido, humilhado, intimidado.
E isso não deve ser encarado como brincadeira de criança. Especialistas revelam que esse fenômeno, que acontece no mundo todo, pode provocar nas vítimas desde diminuição na auto-estima até o suicídio. “bullying diz respeito a atitudes agressivas, intencionais e repetidas praticadas por um ou mais alunos contra outro. Portanto, não se trata de brincadeiras ou desentendimentos eventuais. Os estudantes que são alvos de bullyingsofrem esse tipo de agressão sistematicamente”, explica o médico Aramis Lopes Neto, coordenador do primeiro estudo feito no Brasil a respeito desse assunto — “Diga não ao bullying: Programa de Redução do Comportamento Agressivo entre Estudantes”, realizado pela Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência (Abrapia). Segundo Aramis, “para os alvos de bullying, as conseqüências podem ser depressão, angústia, baixa auto-estima, estresse, absentismo ou evasão escolar, atitudes de autoflagelação e suicídio, enquanto os autores dessa prática podem adotar comportamentos de risco, atitudes delinqüentes ou criminosas e acabar tornando-se adultos violentos”.



Definição:



Bullying é um comportamento indesejável persistente, onde as pessoas mais jovens ou crianças são tratadas pelo valentão ou bully principalmente com: críticas injustificadas ou inválidas, busca de falhas, também de exclusão, isolamento, sendo apontados e tratados de forma diferente, humilhações excessivas, com advertências verbais e escritas imposta, e muito mais.
O bullying é um grande problema na educação. E a segurança das crianças é muitas vezes uma das principais preocupações dos pais. Os pais de hoje esperam que seus filhos estejam seguros em casa, na escola e no playground. Apesar dos cuidados, muitas crianças são vitimas de bullying. O bullying provavelmente vem acontecendo em ambientes onde as crianças se encontram em grupos. Embora a maioria das intimidações e insultos aconteça na escola, professores e administradores há muito tempo tendem a considerá-lo uma questão menor.
Se você acha que o bullying é apenas uma parte do cotidiano escolar, você está errado. Ninguém merece ser maltratado e você não deve ignorar o problema. Você não tem que ser fisicamente agredido ou ferido para ser vítima de bullying. Provocando, ameaçado e xingado podem ser classificados como formas de bullying.
Existem muitas razões pelas quais as crianças são intimidadas. Algumas são escolhidas em razão de sua religião ou raça, enquanto outros são escolhidos por causa de seu peso, as roupas que vestem ou porque são inteligentes – coisas que ninguém deve se envergonhar.

As crianças vitimas de bullying se sentem muitas vezes intimidadas e sozinhas. Podem ter dificuldade em fazer novos amigos ou conversar com outras pessoas da sua idade. Podem também ter dificuldade em se concentrar nos estudos e tem medo da sua segurança. É vital que esses pontos sejam observados pelos familiares, para que providências possam ser tomadas.
Os bullies são criados em lares onde os padrões de parentalidade são inconsistentes e abusivos, e os comportamentos de bullying se tornam o modelo. Alguns desses valentões ou bullies são crianças mimadas que nunca experimentam limites de comportamento. Alguns vêm de lares onde existem tantos problemas que eles são negligenciados emocionalmente ou onde a relação entre seus pais é pobre, estressante e até mesmo abusiva.
Existem dois tipos principais de valentões, o mal-intencionado que pode ter nascido com tendências psicopatas ou sociopatas e aqueles que são, basicamente, não-malicioso, mas usam comportamentos de bullying.
Como a preocupação com a violência cresce, escolas de todo o país começaram a adotar programas anti-bullying em todas as faixas etárias. Mas as crianças ainda são mais propensas a dizer aos pais que eles estão sendo intimidados do falar com as autoridades dentro da escola, então fique atento ao comportamento de seu filho, é a melhor forma de mantê-lo protegido.
Existem dois tipos de bullying, o bullying psicologico e o bullying físico.


O Bullying Físico ele é por exemplo: na escola tem um valetão e ele me bate caso eu não queira dar alguma coisas que ele peça, ou seja, isso que ele ta fazendo me bater, é bullying físico, isso é muito ruim, porque isso pode machucar a pessoa que está sendo batida, pode causar ferimentos, etc.

O Bullying Psicologico é as pessoas falarem coisa muito ruim para as outras pessoas, ou seja, deixar a altistima dela la pra baixo, isso é muito ruim, porque pode  causar depressão, além de varias outras coisas perigosas, e também pode causar a morte da pessoa, eu conheço um caso que o menino ele sofria bullying e ele se matou na frente da turma inteira, isso pode causar trauma na pessoa, etc.

Como Evitar Bullying Nas Escolas?

Atualmente, os atos de violência nas escolas públicas e privadas de todo o mundo, passam por transformações sérias, que podem exigir uma maior intervenção dos responsáveis por crianças e adolescentes no sistema educacional. Com um notório crescimento, a prática de violências estudantes no ambiente escolar ganhou tanta repercussão que o termo referente acabou por se consolidar e estar sendo freqüentemente levantadas em questão, para possíveis soluções e, principalmente, prevenções. Trata-se do bullying.
As violências físicas, verbal, e até mesmo a virtual, estão presentes entre os estudantes, quando algum aluno, ou grupo deles, resolve intimidar, ou até mesmo agredir outro jovem. Em uma época que a informação é rapidamente divulgada, é comum encontrar casos de bullying que são retratados na internet, tanto por motivos de propagação para alertar sobre o perigo, quanto para a prática do próprio buylling virtual, em que um indivíduo utiliza a internet para ofender outro(s).

O assunto entrou ainda mais em voga por dois casos recém-ocorridos. O primeiro deles, através de da divulgação de um vídeo que foi mundialmente visto e ficou conhecido como um urgente alerta para a atenção dos responsáveis, pais e corpo docente, com relação ao que acontece com as crianças dentro e fora das escolas. Casey Heynes, um garoto australiano, hoje é chamado de Zangief Kid, referência direta a um personagem de jogos de lutas, por se opor às sofridas gozações de outras crianças na escola e revidar. Isso mobilizou muitas pessoas que se identificaram ou se solidarizaram com o ocorrido.
Um ocorrido mais extremo foi o caso do atirador de Realengo, onde o jovem Wellington Menezes de Oliveira, atirou contra diversas crianças na Escola Municipal Tasso de Silveira, no Rio de Janeiro. Ainda que tenha mostrado possível desequilíbrio psicológico em diversas de suas manifestações (cartas escritas a próprio punho e vídeos), Wellington cita o bullying, ainda que tenha negado tal justificativa para seus atos.

E com todos estes casos na mídia, fica a questão: como evitar o bullying nas escolas? A verdade é que não há uma fórmula que garanta a não ocorrência de tais atos, no entanto, diversas entidades e profissionais se mobilizam para proporcionar práticas e dicas no intuito de evitar este tipo de violência. A extinta Abrapia (Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência), por exemplo, elenca algumas sugestões para que se tentar manter um ambiente pacífico e tranqüilo em uma escola. O diálogo continua sendo uma prática simples que pode gerar resultados positivos. A conversa, franca e atenciosa com alunos, permite que eles falem dos problemas que os afligem, abrindo portas para as propostas de soluções. Ouvir as reclamações e sugestões pode mostrar não somente respeito, como incentivar a criança a ser crítica e analítica. Para os casos de qualquer tipo de violência, deve-se estimular aos estudantes que os informes aos responsáveis pela instituição.
Estimular e valorizar as atitudes dos estudantes no combate ao bullying também pode ser uma boa prática, assim como criar um sistema com regras de comportamento, de acordo com as normas da escola, para que todos os estudantes o sigam, visando combater a violência.
Porque ocorre?
O que leva o autor do bullying a praticá-lo?
Querer ser mais popular, sentir-se poderoso e obter uma boa imagem de si mesmo. Isso tudo leva o autor do bullying a atingir o colega com repetidas humilhações ou depreciações. É uma pessoa que não aprendeu a transformar sua raiva em diálogo e para quem o sofrimento do outro não é motivo para ele deixar de agir. Pelo contrário, sente-se satisfeito com a opressão do agredido, supondo ou antecipando quão dolorosa será aquela crueldade vivida pela vítima.

''O autor não é assim apenas na escola. Normalmente ele tem uma relação familiar na qual tudo se resolve pela violência verbal ou física e ele reproduz isso no ambiente escolar'', explica o médico pediatra Lauro Monteiro Filho, fundador da Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência (Abrapia).
Sozinha, a escola não consegue resolver o problema, mas é normalmente nesse ambiente que se demonstram os primeiros sinais de um praticante de bullying. "A tendência é que ele seja assim por toda a vida, a menos que seja tratado", diz.


O espectador também participa do bullying?
Sim. O espectador é um personagem fundamental no bullying. É comum pensar que há apenas dois envolvidos no conflito: o autor e o alvo. Mas os especialistas alertam para um terceiro personagem responsável pela continuidade do conflito.
O espectador típico é uma testemunha dos fatos, pois não sai em defesa da vítima nem se junta aos autores. Quando recebe uma mensagem, não repassa. Essa atitude passiva pode ocorrer por medo de também ser alvo de ataques ou por falta de iniciativa para tomar partido. 

Os que atuam como plateia ativa ou como torcida, reforçando a agressão, rindo ou dizendo palavras de incentivo também são considerados espectadores. Eles retransmitem imagens ou fofocas. Geralmente, estão acostumados com a prática, encarando-a como natural dentro do ambiente escolar. ''O espectador se fecha aos relacionamentos, se exclui porque ele acha que pode sofrer também no futuro.
Se for pela internet, por exemplo, ele ‘apenas’ repassa a informação. Mas isso o torna um coautor'', explica a pesquisadora Cléo Fante, educadora e autora do livro Fenômeno Bullying: Como Prevenir a Violência nas Escolas e Educar para a Paz (224 págs., Ed. Verus, tel. (19) 4009-6868).


Como identificar o alvo do bullying?
O alvo costuma ser uma criança com baixa autoestima e retraída tanto na escola quanto no lar. ''Por essas características, é difícil esse jovem conseguir reagir'', afirma o pediatra Lauro Monteiro Filho. Aí é que entra a questão da repetição no bullying, pois se o aluno procura ajuda, a tendência é que a provocação cesse. 

Além dos traços psicológicos, os alvos desse tipo de violência costumam apresentar particularidades físicas. As agressões podem ainda abordar aspectos culturais, étnicos e religiosos.
"Também pode ocorrer com um novato ou com uma menina bonita, que acaba sendo perseguida pelas colegas".

Quais são as consequências para o aluno que é alvo de bullying?
O aluno que sofre bullying, principalmente quando não pede ajuda, enfrenta medo e vergonha de ir à escola. Pode querer abandonar os estudos, não se achar bom para integrar o grupo e apresentar baixo rendimento.
Uma pesquisa da Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência (Abrapia) revela que 41,6% das vítimas nunca procuraram ajuda ou falaram sobre o problema, nem mesmo com os colegas. 


As vítimas chegam a concordar com a agressão, de acordo com Luciene Tognetta, doutora em Psicologia Escolar e pesquisadora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinhas (Unicamp). O discurso deles segue no seguinte sentido: "Se sou gorda, por que vou dizer o contrário?"
Aqueles que conseguem reagir podem alternar momentos de ansiedade e agressividade. Para mostrar que não são covardes ou quando percebem que seus agressores ficaram impunes, os alvos podem escolher outras pessoas mais indefesas e passam a provocá-las, tornando-se alvo e agressor ao mesmo tempo.

O que é pior: o bullying com agressão física ou o bullying com agressão moral?
Ambas as agressões são graves e têm danos nocivos ao alvo do bullying. Por ter consequências imediatas e facilmente visíveis, a violência física muitas vezes é considerada mais grave do que um xingamento ou uma fofoca.
''A dificuldade que a escola encontra é justamente porque o professor também vê uma blusa rasgada ou um material furtado como algo concreto. Não percebe que a uma exclusão, por exemplo, é tão dolorida quanto ou até mais'', explica Telma Vinha, doutora em Psicologia Educacional e professora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Os jovens também podem repetir esse mesmo raciocínio e a escola deve permanecer alerta aos comportamentos moralmente abusivos.

Existe diferença entre o bullying praticado por meninos e por meninas?
De modo geral, sim. As ações dos meninos são mais expansivas e agressivas, portanto, mais fáceis de identificar. Eles chutam, gritam, empurram, batem.
Já no universo feminino o problema se apresenta de forma mais velada. As manifestações entre elas podem ser fofocas, boatos, olhares, sussurros, exclusão. "As garotas raramente dizem por que fazem isso. Quem sofre não sabe o motivo e se sente culpada", explica a pesquisadora norte-americana Rachel Simmons, especialista em bullying feminino.
Ela conta que as meninas agem dessa maneira porque a expectativa da sociedade é de que sejam boazinhas, dóceis e sempre passivas. Para demonstrar qualquer sentimento contrário, elas utilizam meios mais discretos, mas não menos prejudiciais. "É preciso reconhecer que as garotas também sentem raiva. A agressividade é natural no ser humano, mas elas são forçadas a encontrar outros meios - além dos físicos - para se expressar", diz Rachel.


Numa altura em que o bullying homofóbico está na ordem do dia pelas piores razões, arrancou em Portugal primeira campanha contra o bullying homofóbico. As imagens e mensagens que estarão espalhadas por todo o país foram apresentadas na 6ª edição dos Prémios Média da rede ex aequo, no Sábado passado.
20 mil cartazes, 123 mil  postais200 mupispelo menos 9 acções de formação são apenas alguns dos números de um projecto que quer ver reduzidos os casos de pessoas afectadas pelo bullying e que regularmente são comunicados à própria rede ex aequo ou fazem notícia na imprensa.
A campanha, que foi criada pela designer Vanessa Silva, é financiada pela Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG)via Programa EEA Grants e pelo Instituto Português da Juventude.
Sara Martinho, coordenadora do Projecto Inclusão, promovido pela associação portuguesa de jovens LGBT explica esta iniciativa em pormenor.


 COMO OS PAIS PODEM AJUDAR?

Seu filho pode não contar a você que está sofrendo bullying na escola. Fique atento para os seguintes sinais que ele pode apresentar:

  •   Agir de forma estranha, geralmente se isolando.
  •  Apresentar sinais de  trauma como ferimentos ou hematomas sem explicação.
  •  Chegar com roupas rasgadas.
  •  Demonstrar medo de ir à escola.
  •  Ter problemas para dormir.
  •   Apresentar mudanças de humor...
  • Parar de falar sobre a escola.
  • Encontrar desculpas para faltar à escola.
  • Fazer subitamente novas amizades.
  • Apresentar comportamento agressivo em casa (às vezes o que sofre bullying pode descontar nos irmãos).



Converse com seu filho:
  • Se você notar sinais de alerta de que seu filho pode estar sendo vítima de bullying, saiba que há maneiras de você conversar com ele sobre o que de fato está acontecendo na escola.
  • Faça perguntas provocadoras na terceira pessoa como, por exemplo, para sua filha "como as meninas se relacionam na escola" ou "como você se sente quando está na escola?".
  • Lembre-se que o que você pode fazer de mais importante é escutar seu filho e abraçá-lo.
Como você pode ajudar:

Se seu filho é vítima de bullying na escola, você deve:
  • Levar o assunto a sério. Não minimizar o ocorrido.
  • Manter um diálogo aberto com seu filho sobre bullying.
  • Não pensar que o bullying acabou porque seu filho parou de falar sobre ele.
  • Dar conselhos consistentes.
  • Reforçar a auto-estima de seu filho. Ajudá-lo a achar uma atividade na qual ele se adapte.
  • Não agir sozinho. Encontre outros pais cujos filhos estão também sofrendo bullying  ou presenciaram o bullying e se organizem.
  • Lembrar a seu filho que você o ama e enconrajá-lo a conseguir aliados entre os colegas.
  • Contatar sua escola para contar o que está acontecendo.


    O que não fazer:
    • Nunca dizer a seu filho/filha que o que está acontecendo faz parte de uma fase normal.
    • Não minimizar o problema.
    • Nunca diga a seu filho/filha que ele/ela está sendo exageradamente sensível.
    • Nunca lhes atribua a culpa por estarem sofrendo bullying.
    • Nunca diga a eles que os colegas estão apenas brincando.
    O que seu filho pode fazer:

    Mesmo que seu filho seja contra, vá à escola e diga o que está acontecendo e trabalhe com a escola para ter a certeza de que seu filho será protegido. Você pode também ajudar seu filho a lidar com o autor do bullying desde o início das provocações, dizendo a eles que:
    • Reaja falando firme: "Pare com isto. Não gostei!"
    • Consiga colegas para ajudá-lo a enfrentar o autor do bullying.
    • A coisa mais importantes para uma criança se lembrar é que ela deve contar para um adulto logo que o bullying acontecer. Um adulto pode apoiar e dar força a uma criança e enfraquecer o autor do bullying.

     O que é bullying virtual ou cyberbullying?

    É o bullying que ocorre em meios eletrônicos, com  mensagens difamatórias ou ameaçadoras circulando por e-mails, sites, blogs (os diários virtuais), redes sociais e celulares. É quase uma extensão do que dizem e fazem na escola, mas com o agravante de que as pessoas envolvidas não estão cara a cara.
    Dessa forma, o anonimato pode aumentar a crueldade dos comentários e das ameaças e os efeitos podem ser tão graves ou piores. "O autor, assim como o alvo, tem dificuldade de sair de seu papel e retomar valores esquecidos ou formar novos", explica Luciene Tognetta, doutora em Psicologia Escolar e pesquisadora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinhas (Unicamp). 

    Esse tormento que a agressão pela internet faz com que a criança ou o adolescente humilhado não se sinta mais seguro em lugar algum, em momento algum. Marcelo Coutinho, especialista no tema e professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), diz que esses estudantes não percebem as armadilhas dos relacionamentos digitais. "Para eles, é tudo real, como se fosse do jeito tradicional, tanto para fazer amigos como para comprar, aprender ou combinar um passeio."


    Como lidar com o cyberbullying?
    Mesmo virtual, o cyberbulling precisa receber o mesmo cuidado preventivo do bullying e a dimensão dos seus efeitos deve sempre ser abordada para se evitar a agressão na internet. Trabalhar com a ideia de que nem sempre se consegue tirar do ar aquilo que foi para a rede dá à turma a noção de como as piadas ou as provocações não são inofensivas. ''O que chamam de brincadeira pode destruir a vida do outro. É também responsabilidade da escola abrir espaço para se discutir o fenômeno'', afirma Telma Vinha, doutora em Psicologia Educacional e professora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
    Caso o bullying ocorra, é preciso deixar evidente para crianças e adolescentes que eles podem confiar nos adultos que os cercam para contar sobre os casos sem medo de represálias, como a proibição de redes sociais ou celulares, uma vez que terão a certeza de que vão encontrar ajuda. ''Mas, muitas vezes, as crianças não recorrem aos adultos porque acham que o problema só vai piorar com a intervenção punitiva'', explica a especialista.


    Acreditando nas falsas ofensas que lhe eram feitas continuamente através do site de comunicação My Space, a adolescente americana Megan Meier, de 13 anos, matou-se.



    Segundo sua mãe, ela adorava cães, rap e garotos,  nadar, pescar, velejar, mas sua vida não tinha sido fácil. Megan tinha dificuldade de fazer amigos e era muito sensível. Certa vez, falou para a sua mãe que ela se odiava e que havia pensado em suicídio. Seu médico receitou medicamentos para depressão e déficit de atenção.
    Após meses de muita insistência, a mãe de Megan concordou em pagar uma conta do site de comunicação social MySpace (70 milhões de usuários). Só sua mãe tinha a senha, uma vez que Megan ainda não tinha completado 14 anos, idade mínima exigida pelo site para adesão.
    Ocorre que Megan começou a receber mensagens de um personagem fictício criado por sua vizinha e a filha. Aparentemente, esse personagem queria ter um romance com Megan, mas logo ela começou a receber mensagens que a perseguiam continuamente, chamando-a de gorda, prostituta, mentirosa e coisas piores. Megan tentou reagir. Tentou se defender. Mas um dia falou para sua mãe ao telefone: "-Mamãe, eles estão sendo horríveis comigo." Depois de uma hora, Megan foi para o seu quarto e enforcou-se com um cinto. Sua mãe disse depois: "-De repente ela sentiu que não havia saída."
    A vizinha Lori Drew confessou que ela e sua filha haviam criado um personagem fictício no My Space, que fingia ter interesse romântico em Megam, que acreditou. E foi aí que começou e terminou o seu inferno.
    O New York Times de 16/12/2007 relata este caso e outros, alertando para o perigo do cyber bullying. Adolescentes com baixa auto-estima, muito sensíveis e infantis são as principais vítimas das mentiras colocadas nos telefones celulares, ou nos computadores. Alguns adolescentes podem acreditar que tudo que dizem é verdade e a tentação de acessar é enorme. Como disse Jake Dobson, de 12 anos: "Uma vez no My Space, você caiu em uma armadilha." Controlar a web é quase impossível e adolescentes mais suscetíveis podem chegar ao suicídio, como Megan.

    Alguém no MySpace está me perturbando/assediando/ameaçando - o que posso fazer a respeito disso?

    O melhor a fazer se e quando você se encontrar nessa situação é simples ignorá-los... 99,9% do tempo eles o deixarão em paz. Lembre-se, você sempre pode remover a pessoa da sua Lista de Amigos (em seguida, eles não poderão mais adicionar Comentários à sua página de Perfil), excluir os Comentários que deixaram em sua página de Perfil, e você pode inclusive excluir as mensagens que eles lhe enviam através do sistema de Correio do MySpace sem abri-las. Se você NÃO responder ao usuário ofensor (ou seja, NÃO lhe der atenção, NÃO deixá-lo lhe pregar uma peça), a maioria deles simplesmente irá embora. 
    Você também pode visualizar o perfil dele e clicar em "Bloquear Usuário", o que evitará que ele entre em contato com você. Pessoas inconvenientes ficam entediadas muito rapidamente quando você não permite que eles lhe perturbem. Se alguém ameaçá-lo, entre em contato imediatamente com um representante da lei.

    Como lidar com um filho que pratica bullying?


    Em setembro de 2004, três estudantes adolescentes de Carazinho, cidade de cerca de 60 mil habitantes no Rio Grande do Sul, criaram um fotolog com fotografias alteradas digitalmente. Da conversa franca à participação em projetos de voluntariado especialistas recomenda sempre firmeza e amor.

    O alvo das fotomontagens era um colega de classe dos três - que, ofendido com o que os autores consideravam só uma "brincadeira", entrou com um processo por bullying contra o provedor do fotolog e o responsável pela conta de onde partiam as postagens - no caso, a professora Solange Ferrari, mãe de um dos garotos do grupo.

    Três anos depois, em dezembro de 2007, Solange foi surpreendida por uma intimação. "Nem sabia do que se tratava", relembra. Ela telefonou para o filho, que já havia atingido a maioridade e morava na Itália. "Foi aí que ele me explicou", conta ela. Solange, que mal sabe postar um foto na internet, foi condenada este mês em segunda instância, em decisão inédita no estado. Ela deve pagar R$ 5 mil de indenização, corrigidos, à vítima de bullying - que hoje estuda não só na mesma universidade que o filho dela, como também na mesma classe. "Eles não se falam e meu filho diz que o que ele mais sente é o fato de eu ter de pagar por algo que ele fez".

    Solange, que recorreu da decisão, lamenta que um jovem com idade considerada suficiente para escolher os governantes não seja responsabilizado pela Justiça. "Se eu tivesse sido informada da história, teria tomado as providências necessárias", declara. Certamente ela seria mais rápida que a Justiça, mas quanto à responsabilidade da condenação, sob o ponto de vista do Código Civil, não há dúvidas: o artigo 932 enuncia que "são também responsáveis pela reparação civil os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia". "É bem claro: do ponto de vista da lei, os pais são responsáveis pelos atos dos filhos", diz o promotor Lélio Braga Calhau, autor do livro "Bullying: o que você precisa saber" (Editora Impetus).


    Antes que os casos cheguem aos tribunais, o que os pais podem fazer quanto aos filhos que praticam o bullying?

    Para o psiquiatra e terapeuta Içami Tiba, os pais devem tomar medidas sérias quando descobrem que o filho pratica bullying. "Eles precisam impor conseqüências. Não adianta só papo. Precisa ter ação", o recomenda que sugira a ida a trabalhos voluntários com a criança. O tipo de trabalho pode ser escolhido de acordo com a idade do seu filho: os mais novos podem visitar creches para brincar ou ler histórias para as outras crianças. Adolescentes podem ajudar a fazer sopa para os sem-teto.

    Içami Tiba: "os pais devem tomar medidas sérias, aliadas à ação”

    Içami descarta a matrícula em uma atividade física mais puxada ou mesmo em uma academia de luta ou artes marciais, caminho escolhido por muitos pais que consideram essa uma boa solução para "canalizar" a agressividade do filho. A conversa sempre é boa, mas a ação deve ser eficaz e compete aos pais. "O que não pode é deixar barato", alerta Içami, autor de "Adolescentes: quem ama, educa" (Integrare Editora), entre outros títulos voltados para educação e desenvolvimento.

    O amor não muda

    Muitos pais entendem o bullying como uma qualidade, confundindo agressividade com um comportamento de liderança. "Já estive em reuniões de escolas em que o pai, ao saber das atitudes do filho, dizia que ele era um 'líder', enquanto que as outras crianças eram 'babacas'", testemunha o pediatra Aramis Antonio Lopes Neto, autor de "Diga não ao bullying". "Os pais precisam entender que aquilo é um problema para então conversar com os filhos, conhecer a vida social deles", explica.


    Algumas vezes, o comportamento agressivo é desengatilhado por experiências traumáticas, de violência familiar ou social, como discussões entre os pais, separações na família, um seqüestro ou um assalto. Nestes casos, Aramis sugere o acompanhamento terapêutico para a criança. Mas para ele, impedir o bullying é uma questão de conscientização que deve ser feita pela escola e pelos pais. "Pais que lidam com filhos que praticam bullying devem deixar muito claro que o amor deles pela criança ou adolescente não muda, mas que eles absolutamente não aprovam esse tipo de comportamento" defende. "Ele pode ter se tornado agressivo porque tem um problema, então não pode ser marginalizado por isso", finaliza.



    Exemplificativamente, podemos citar os comentários depreciativos sobre a pessoa vítima de Bullying, que pode configurar o artigo 139 do Código Penal, que dispõe:

    Difamação:

    Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:
    Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
    Exceção da verdade
    Parágrafo único - A exceção da verdade (provar que o fato é verdadeiro), somente se admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.
    Logo, não haverá escapatória legal para aqueles que praticam o Bullying, através de comentários depreciativos a respeito da vítima.
    Outro exemplo são as palavras ou gestos ofensivos, maldosos, sarcásticos, ou mesmo xingamentos proferidos contra a vítima do Bullying, o que pode caracterizar o artigo 140 do Código Penal.

    Injúria:

    Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
    Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
    § 1º - O juiz pode deixar de aplicar à pena:
    I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;
    II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.
    § 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes:
    Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
    § 3o - Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes à raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência:
    Pena - reclusão de um a três anos e multa.

    Disposições comuns:

    Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido:
    I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro;
    II - contra funcionário público, em razão de suas funções;
    III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria.
    IV - contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no caso de injúria.
    Parágrafo único - Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa, aplica-se a pena em dobro.

    Exclusão do crime:

    Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível:

    I - a ofensa irrogada (atribuir fato desabonador) em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador;
    II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar;
    III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou informação que preste no cumprimento de dever do ofício.

    Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde pela injúria ou pela difamação quem lhe dá publicidade.

    Bullying, que pode se manifestar também por agressões físicas, somente não será punido se a vítima do Bullying provocou o ataque, ou no caso da vítima retorquir, se defender.

    Em verdade, o que ocorre, é uma maior atenção atual ao comportamento e uma maior responsabilização dos que praticam o Bullying, pois, a proibição legal da conduta existe desde o começo do século passado.

    Não bastasse, o Bullying fere o direito à imagem e à dignidade do ser humano, que são assegurados no artigo 5º. Inciso X da Constituição Federal:

    Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

    III - ninguém será submetido à tortura nem a tratamento desumano ou degradante;

    X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.

    Bullying é ilegal!




    Um grande e carinhoso beijo em todos e até a próxima postagem!

    Vitória Mendes.